Cantinho dos meus versos.


                                                                                                 Comentários no fim da página.
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Amor e Pecado. 

Como olhar nesse teu olhar tão puro;
Como abraçar a virgindade de teu corpo;
Como, com meus beijos impuros,
Teus lábios castos poderei beijar
E, para não macular teu ser angelical,
Com que forma de amor deverei te amar?
Minha vida é tua, que posso mais te dar,
Além de meu eterno e incondicional amor.
Que cruel destino, fez de mim um pecador,
Com o castigo de não merecer teu amor.
Oh Deus! Perdoai meus pecados, Senhor...
Fazei-me merecedor desse incontido amor. 

Delmar Fontoura.
 
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Palavras.
Mais escritas que faladas.
Há tanto tempo escondidas,
agora as garimpo, ávido,
nos veios das esquecidas!

Algumas incompreensíveis
vêm na ânsia de escrevê-las,
pois sei que as escrevendo,
aos poucos, vão compreendê-las!

Como foi sábio esse tempo,
baú de palavras guardadas,
agora, passando depressa,
traz à luz as relembradas!

Oh Indesmentível sentimento
Dito em palavras esquecidas,
Mesmo que não deixem claro,
referem esperanças contidas!...
Delmar Fontoura

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Formosa e Traiçoeira Rosa.

Oh formosa e traiçoeira rosa…
Que deixa meu ser em frangalhos.
Não sei do que mais devo ter medo
Se é de tua forma pura, ou, sei lá, se
Dos espinhos de teus ocultos galhos.
Podem os perigos de tua formosura,
esconderem o mal daquilo que tu és,
sempre agradecerei à tua existência
      mesmo sangrando de amor a teus pés!…

Delmar Fontoura.

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Ilusórias Ilusões...

O que fazemos aqui, agora,
Se em nossos pensamentos
Estamos longe, ausentes?...

Que fazem nossos corações
Batendo em descompasso
Se o amor, a muito, sumiu?...

Oh teimosos sentimentos,
Que sublimes, mas distantes,
Mantém-nos aqui, presentes!...

Por que insistimos nestes beijos,
Não desviamos nossos olhares,
Não desenlaçamos nossas mãos,
Não afastamos nossos corpos?...

Deixemo-nos ir embora,
Assim sofro eu, sofres tu
E essas nossas loucuras
Talvez  terminem agora!...

Pois isso é um frenesi de
Contraditórias emoções...
Não é amor nem paixão,
Só ilusórias ilusões!...

Delmar Fontoura.

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O Jeitinho.  

     Que jeito que eu devo dar
       Para arranjar um jeitinho
       De não esquecer teu olhar!...

       E o jeito que eu devo dar
       Para com outro jeitinho
       Merecer o teu carinho!...

     E como conseguir ainda,
       Arranjar mais um jeitinho
       Para teus lábios beijar!...

       Mas quer mais esta paixão,
       Quer com um último jeitinho
       Conquistar teu coração!...

       Já descobri esses jeitinhos.
       É só o jeito que eu devo dar  
       Do teu “não” ser o meu “sim”!...
 
Delmar Fontoura.

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Dúbia Mulher...

Sinto, nesse teu amor,
quanto és desamorosa...
Vejo em teus gestos,
quanto não és jeitosa!...

Sinto em tua beleza,
toda tua fealdade.
O que tens do mal
nessa tua bondade!...

Sinto no teu perfume,
O que tens da rosa,
nos espinhos desta
quanto és espinhosa!...

Sinto na tua maldade
um leve gosto de mel,
mas toda tua bondade
tem uma pitada de fel!...

Tudo, em fim, de ti mulher
mistura bom com ruim
e aquilo que não é teu
é o que sentes por mim!...


Delmar Fontoura.

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A Rosa Botão.

Oh virgindade ainda botão,
guardas teu angelical entre
pétalas não desabrochadas, só
tocadas pelas lagrimas, que,
em nome da noite em luar,
caem em sereno orvalhado,
somente, para te homenagear.
Sei que pura iras te manter
em belo e efêmero esplendor,
entre  espinhentos ramos,
até que desabroches em flor!...

Delmar Fontoura.

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                      Meu amor por ti.
É meu abraço em teus braços;
São teus lábios em meus beijos;
É meu estar em teu corpo;
São meus desejos em teu querer;
É minha saudade em tua ausência;
São meus olhos no brilho dos teus;
É minha alegria no teu sorriso;
É meu ser feliz em tua presença,
É minha infelicidade na tua dor;
É o meu viver por tua razão,
É minha razão em tua existência!...

Delmar Fontoura.

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Clamor.

As circunstâncias, às vezes, me tolhe a palavra, não o pensamento, por isso expresso-me através de singelos versos, como o clamado abaixo:

Oh Tempo que me limita "armas",
que só o breu teclado representa
nestes textos em que em desespero
clamo, grito, mas ninguém atenta!...

Quero meu clamor esvoaçar e
dessa minha inquietude aquilo,
que, aqui em silêncio, grito e
nem em eco consigo ouvi-lo!...

Não quero tombar covarde,
nem nome cinzelado em lousas,
só quero ao clamor dar asas e
ecoar essas "miles" cousas!...

Delmar Fontoura.

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Tercetos, quartetos, quintetos e sextetos.
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Verdades e mentiras.

Quanto mais dissermos verdades,
Menos mentiras eles mentirão
E envergonhados “sem vergonha”,
Suas mentiras menos valerão!...

                              Delmar Fontoura.








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Minha singular’idade.

Não conto nesse tempo
minha singular’idade,
pois já descobri, que
viverei para a eternidade...

Delmar Fontoura.
 
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        Por Quê?...
                            
Por que insistimos nestes beijos,
Não desviamos nossos olhares,
Não desenlaçamos nossas mãos,
Não afastamos nossos corpos?...

Delmar Fontoura.

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Desencantos.

Tentei amores e amar.
Amar com muitos amores.
Nos desencantos do amor,
Fiquei somente com as dores!...

Delmar Fontoura.

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O Aprendiz.
      
Oh que insensato que fui
Por ter-te feito infeliz.
Não soube ser bom amante,
Contigo fui aprendiz!...

Delmar Fntoura.








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     Minha Vida        

O Poder não escolhi
         E tão pouco a quero ter...
            A vida que vivo a prefiro,
         É mais vívido vivê-la...
         É o meu querer esta vida.
         Esta vida é o meu querer!...

       Delmar Fontoura.

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Coração Vazio.







Vem, não deixes meu coração vazio
Na esperança que ouças o seu bater
Repleto de amor, caído a teus pés e
Suplicando migalhas de teu querer!...

Delmar Fontoura.









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Maria das Dores de José e Maria...
Maria das dores,
Maria dos Josés,
Maria das Marias,
Maria quem és?...

Delmar Fontoura.









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Liberei "minhas liberdades"







Já não delego meus direitos,
            Busco eu mesmo conquistá-los.
            Já conquistei o que sempre quis,
           “Libertei minhas liberdades”
            Sou a parte livre deste País!...

Delmar Fontoura.

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       Pecado e Amor.

Como olhar nesse teu olhar tão puro;
Como abraçar a virgindade do teu corpo;
Como, com meus beijos impuros,
Teus lábios castos poderei beijar
E, para não macular teu ser angelical,
Com que forma de amor deverei te amar?!...

Delmar Fontoura.


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         A "Rosa" dos meus Amores.

Não quero mais falar d’espinhos,
Agora vou falar sobre as flores.
Dentre elas muitas rosas,
Algumas até meus amores!...
Foram muitas que me amaram,
Outras tantas que eu amei.
Umas delas foram embora,
Outras eu abandonei!...
Aquelas que me deixaram,
Os nomes delas guardei,
Foram, dos meus amores,
As flores que mais amei!...
O nome de uma era Dama,
Com a qual me deslumbrei,
Mas essa era da noite
E à noite eu entreguei!...
Desses amores, lembranças...
Guardadas só para mim,
Em forma de belas flores,
Num encantado jardim!...
Mas de todas esssas flores,
Só uma enobreces a vida minha,
É a Rosa, dos meus amores,
Dos meus amores, Rainha!...

Delmar Fontoura.
















































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Uma Noite

Noite gélida.
Sonâmbulo, só,
no escuro difuso,
pairo silente, ofegante,
junto à janela...
...a vidraça embaça!...

Da minh’alma,
os olhos e os ouvidos
contemplam e ouvem.
Da matéria?
Nada!...

Que mundo é esse?...
De onde ouço risadas...
...gargalhadas...
De insanos murmúrios...
De volúpias de prazeres...
De orgias irreveláveis!...

De recônditos sofreres...
De onde ouço gemidos:
dos desvalidos,
dos esquecidos!...

São gemidos de fome,
de frio, muito frio...
De angústia, muita angústia...
De dor, muita dor, pelas
vidas que se esvaem.
De pais e filhos
que se apartam!...

Ouve-se ao longe...
Abafados suspiros,
Entre primeiros e
últimos suspiros...
Daqueles que ficam;
daqueles que partem!...

Vidas extratestuais:
dos orçamentos,
dos meus textos,
das revistas,
dos jornais!...

Ainda na janela, acordo.
Volto ao meu mundo!
...a este mundo real...
...quero falar, dizer tudo...
...a voz... ...não digo...
...e a penúltima lágrima cai!
           
Delmar Fontoura.

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O FIM.

Chega ao fim minha vida.
Fiz o que pude ao viver.
Quisera ter feito mais,
Foi muito mais meu querer!...

Tentando ir além do que fiz
Esbarrei no meu destino,
Que freou minhas tentações
Moderando meu desatino!...

Tentei amores e amar.
Amar com muitos amores.
Nos desencantos do amor,
Fiquei somente com as dores!...

Delmar Fontoura.
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         MINHA VIDA!...
                                                        
         Se não fosse esta vida,
         que vida que eu viveria?
         Mais bem vivida seria,
         que a vida que agora vivo!...

         Dizem: a vida que se vive
         nós é que podemos escolher...
         Escolher a vida que se vive...
         Desconsiderei esse poder!...
        
         Se quisesse, por acaso,
         o meu viver escolher,
         escolheria outra vida,
         não escolheria o poder?...

         O Poder não escolhi
         e tão pouco a quero ter...
         A vida que vivo, a prefiro,
         é mais vívido vivê-la...
         É o meu querer esta vida.
         Esta vida é o meu querer!...

Delmar Fontoura.
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Outros Autores
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O Maior Bem

Este querer-te bem sem me quereres,
Este sofrer por ti constantemente,
Andar atrás de ti sem tu me veres
Faria piedade a toda a gente.

Mesmo a beijar-me a tua boca mente...
Quantos sangrentos beijos de mulheres
Pousa na minha a tua boca ardente,
E quanto engano nos seus vãos dizeres!...

Mas que me importa a mim que me não queiras,
Se esta pena, esta dor, estas canseiras,
Este mísero pungir, árduo e profundo,

Do teu frio desamor, dos teus desdéns,
É, na vida, o mais alto dos meus bens?
É tudo quanto eu tenho neste mundo?



 Florbela Espanca

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Navegação à Deriva
Quem navega à deriva
sabe que há vida além dos mares nos mapas
além das bússolas, astrolábios, diários de bordo
além das lendas dos monstros marinhos, dos mitos

quem navega à deriva
acredita que há nos mares miragens, portos
inesperados, ilhas flutuantes, botes e salva-vidas
água potável, aves voando sobre terra, vertigem

quem navega à deriva
aprende que há mares dentro do mar à vista
profundidade secreta, origem do mundo, poesia
escrita cifrada á espera de quem lhe dê sentido

quem navega à deriva
se perde da costa, do farol na torre, dos olhares
atentos, dos radares, das cartas de navegação
imigra para mares de imprevista dicção.

Marcus Vinicius Quiroga

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Amor no Pier

Confesso: o amor por ti
não atravessou o mar.
Só molhou as pernas na espuma
e temendo vagas, dunas
não quis cavalgar o vento.

Confesso: o amor por ti
deixou-se ficar no píer
sem percorrer ponte alguma.
Acenavas terra ao longe
a ventura de outra margem.

Meu amor ficou no meio
refém do medo de risco.
Queria apenas passeio
a bordo escuna sem lastro.
Nunca a viagem de fato.

Astrid Cabral

                                                           Fim









3 comentários:

  1. Boa noite Sr. Fontoura.
    Gostei muito de suas poesias, de sua sensibilidade e romantismo, tão importantes e tão pouco presentes em nossa volta. Realidade e posicionamento percebe-se ao ler sua apresentação, tal corda molhada que só tem um destino, crescer.
    um abraço
    Paulo Magalhães

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  2. Adorei "A 'Rosa' dos meus amores". Sensibilidade, delicadeza... Belos poemas no ar...

    Meu carinho.

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  3. Selma!

    O humilde aprendiz sente-se recompensado com o reconhecimento de uma Mestra...

    Às “palavras” o agradecimento... ...ao carinho a retribuição,


    Abraços.

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