Somente através dos preceitos teóricos e
práticos da Ciência Política não conseguem mais explicar o comportamento dos
que dizem exercer política no Brasil. Mas por quê? Porque não é política que
exercem. O que “praticam” só pode ser analisado pelos Ramos da Antropologia,
através dos quais o homem é descrito segundo as características
identificatórias de suas relações: social, humana e natural, propondo
conhecê-lo segundo: seus costumes, suas crenças, a forma como se organiza e
esse seu comportamento que envolve, dentre outros, seus aspectos biológicos, particularmente,
a essência de sua moralidade. Sob estes aspectos observa-se que esses agentes
não se dedicam à suas lides por ideologia ou pela representatividade do
coletivo exigida pelos cargos ou funções que ocupam ou visam ocupar.
A
deturpação no exercício da política tradicional tornou-se um anacronismo se a
considerarmos no contexto do “tempo”, pois o homem que se propõem a esse
exercício deveria ser do mundo e a serviço da sociedade. O “astro” deveria ser
sempre a comunidade a qual esse político deveria se curvar em ato de
reverência, não o contrário como se vivêssemos em uma monarquia!...
O
que constatamos, no entanto, é a total inversão desses valores, pois quando
deveriam estar prestando serviço à sociedade, esta que lhes é servil,
compulsoriamente, arcando com os custos: material, financeiro e moral
decorrentes dessa situação anômala. Pagamos regiamente, por vias diretas e
transversas, para esses pseudopolíticos postularem um “emprego” e se manterem
empregados sem a contrapartida a favor da sociedade a que deveriam servir.
Suas vocações e ambições se concentram
nas oportunidades que vislumbram ao se apresentarem como postulantes para
funções ou mandatos públicos. Uma vez atingidos esses objetivos, iniciam os
conchavos em busca da formação de “quadrilhas” com seus pares ou com
representantes das outras casas dos governos, visando obterem benefícios
“pecuniário e ou benesses imorais”.
Muitas das vezes, mancomunam com grupos
extragoverno que gravitam os “palácios” em busca de “favores” ou de lucros
exorbitantes para si e ou para corporações que representam. Renegam o dever da
autocrítica como um lema que poderia frear o egocentrismo de suas personalidades,
se não renegassem somariam a favor do bem
comum, que deve ser o objeto do ideário na postulação e no exercício da
política tradicional.
Quando em exercício da “coisa pública” deveriam, primordialmente, criar as regras
comportamentais capazes de propiciar a coexistência social pacífica, mas não o
fazem, pois sabem que teriam de se sujeitar vigorosamente a elas e cultivarem:
a correção moral, a compostura, a decência, a dignidade, a nobreza, a honradez
e o pudor ético, princípios basilares que formam a essência do decoro
necessário para esse exercício nobre!...
Esse comportamento confirma o princípio,
de que o “ser social corrupto” nunca vai agir como “ser político ético”,
porque, a priori, esta virtude não consta na gênese do seu caráter como “ser
humano”!
Tomemos como exemplo a Casa do Executivo
Federal onde é facilmente identificável essa distorção no comportamento ético
em que “seres políticos” se relacionam com a “corrupção” sob a tutela de uma
“instituição partidária” numa interdependência, não do senso comum da ideologia
como doutrina, mas sim do caráter corrupto que alicerça essa relação,
transgredindo o pudor ético e configurando um “trinômio do mal” cuja máxima é:
nós representamos o supremo bem e nossos opositores o supremo mal. Entenda-se
por opositores não só a oposição política, a instituição que ousar
contrariá-los, decorrendo dai todos os males que isso possa acarretar!...
Constata-se, claramente, que esse
comportamento é o corpo e a alma dessa “instituição partidária” e o quanto suas
ações e as dos seus seguidores se enquadram nos preceitos teóricos da
Antropologia e se afastam dos que regem a boa e salutar política convencional.
Ma há uma figura política mentora dessa
relação, que porta o “gene dominante transmitido às criaturas”.
Observando-a no tempo e no espaço da vida
política, nos deparamos com ela bradando pelos trabalhadores nos portões ou reivindicando pelos mesmos aos patrões
das metalúrgicas! Com suas bravatas, suas mentiras, ditas inteiras ou por meias
verdades, suas calúnias, suas promessas utópicas que nunca seriam cumpridas,
somadas às suas ações obscuras e às transgressões aos princípios básicos da
convivência democrática!...
Mas, como explicar que, a despeito disso,
num determinado momento da sua história pregressa, ela tenha surgido como líder
carismático, embora essas convicções equivocadas e distorcidas da realidade e
seus propósitos escusos?...
Ora! Fica muito claro em seu histórico, que
“ela” e “os” que passaram a lhe seguir ignoravam a essência da vida e das
relações desta com o todo da natureza, o que não nos surpreende, pois ignoram
até hoje!... Com certeza não foi só este o motivo, mas, também, a falta do
pudor ético somado às suas obsessões pelo domínio e pelo poder. Que forma de
poder? O Autocrático!
É provável que “ela”, em particular,
introspecte uma desdita pelo que a aridez da Caatinga tenha lhe causado nos
primórdios de sua vida e que, em seu subconsciente, somatize uma fuga desta, pois
é certo que ela, talvez, não tenha encarquilhado tão somente seu caráter, mas,
também, sua alma política!...
O que explicito sobre essa figura, não
visa segregá-lo por sua conhecida ignorância do saber nem por outra razão
qualquer, mas visa diferenciá-lo por ela ser: preguiçosa, petulante, maldosa e
“conscientemente” incapaz de assimilar aquilo que está além do que estabeleceu
como sua meta para atingir esses objetivos de poder. Disto ninguém o demoverá,
pois esta é a característica antropológica que a identifica e diferencia o “ser
político do humano” que está, também, encarquilhada em sua gênese... ...em seu
caráter... ...em seu DNA!...
Sabe-se que num determinado momento dos
meandros de sua caminhada como sindicalista, enveredada para a política, essa
figura política passou a liderar um grupo de seguidores sob a égide do seu
“carisma” e ao identificarem-se pela “distorcida gênese política”, sentiram-se
onipotentes a ponto de num “ritual canônico” se “auto-ungirem” e, em satisfação
às suas tendências messiânicas, seus comparsas ungiram-lhe como soberana da
grei e salvadora da pátria, segundo um mandamento absolutista que buscaram num
“Monte Sinai imaginário”!...
Naquele momento eles já aviam
identificado “estratos sociais” passíveis de servirem como massa de manobra
para seus objetivos escusos; aproveitaram-se, então, dessas massas e do caos
social decorrido do estado de exceção política, para consolidarem-se como
pseudogrupamento político que já causou males irreversíveis à sociedade
brasileira.
A partir de então, intitularam-se
socialistas, temperados por comportamento “esquerdopata maxistoide”, passando a
recrutar e receber adesões de políticos ou não, alguns fugidios e outros
oriundos de partidos extintos, muitos até, com o propósito de combater o regime
de exceção que se estabelecera, ou em busca de abrigo. A esses se juntaram,
também, alguns intelectuais autênticos - já debandados - e os intelectualóides
que sobrevivem até hoje na grei.
Nessa altura, jazia o corpo inerte, mas faltava-lhe
a alma e foi o cadinho do período de exceção que favoreceu o amalgamamento da
pseudoideologia que, como um fantasma, através da abiogênese, ectoplasmou em
meio à turbulência da retomada da democracia e do uníssono brado das “diretas
já”.
O
jovem “ser” recebia os cuidados do “pai e dos babás” com dedicação extrema, por
isso a “criatura” apresentava bochechas gordas e rosadas; covinhas, dobrinhas;
o sorriso e o olhar, no entanto, pareciam com os do “Bebê de Rsemary”, mas
mesmo assim, pessoas de fora do “grupo maldito”, afagavam-lhe e diziam: que
engraçadinha é parecida com o “pai”!...
Resultado: transformou-se no “monstro” que
agora causa tanto mal e permanecerá causando, por tantos ou mais anos, piores
do que os desvios causados no período de exceção do regime militar, cujas consequências,
sociais e econômicas, sofremos até hoje.
Esse “monstro” tenta, também, privar-nos: de
nossas individualidades, do congraçamento do Povo, da liberdade de imprensa e,
com isso mina a essência da “Nação” com adjetivações de: pobres, ricos, classe
média, brancos, negros, elite, banqueiros, burgueses, pobres do Nordeste,
elites do Sudeste!... Esse é o comportamento que resulta dessa pseudoideologia:
cruel, segregacionista, tendenciosa, separatista, com o nítido intuito de
dividir o Povo em “castas”, pois seu mentor sabe que: o que divide para o povo
multiplica para eles!...
Mas que Ele e seus seguidores não se
esqueçam de uma verdade axiológica: o que caracteriza “a individualidade
antropológica do ser humano” não é sinônimo de “sua individualidade social”...
A Engenharia da Natureza prova nossas
semelhanças como seres humanos, mas, distingue, pelo “intangível”, nossas
individualidades, tais como: o saber, a inteligência e a capacidades
intrínsecas de entendermos a essência de nossas vidas e as relações destas com
o todo da Natureza, ou seja: nossas percepções sensoriais!...
È esse imensurável e intangível poder,
que, aleatoriamente, dimensiona nossas virtudes, nossos defeitos, nossos erros,
nossos acertos, nossas verdades, nossas mentiras, nossos ódios, nossos amores,
nosso saber, nossa ignorância!... Tornando-nos diferentes como indivíduos, não
como “seres humanos”!...
Diante de tudo o que foi dito é o caso de
se indagar: será que esses seres políticos ao demonstrarem ter suas
“percepções” tolhidas pelas deficiências de suas naturezas, em seus “conscientes”
devaneios de poder, perceberão os axiomas da ética, da razão e da lógica nessas
relações?...
Se com a visão
Não vêem a névoa pestilenta
No caminho que trilham!...
Se com a audição
Não ouvem o farfalhar das notas
Que poluem suas éticas!...
Se com o tato não sentem
As mãos sujas, com as quais,
Selam seus atos de corrupção!...
Se com o paladar
Saciam-se nos banquetes abastados
Sem se lembrarem dos famintos!...
Se com o olfato não sentem
O cheiro nauseabundo do dinheiro
Que financia seus delírios de poder!...
É porque suas “aleijadas percepções”
Não permitem que honrem
Aqueles de boa fé
Que acreditam nas suas mentiras!...
Estou convicto de que não perceberão...
...Mas num futuro, que antevejo não muito distante, estarão sobre o “cepo da
justiça do povo” e este lhes descerá o “cutelo da sabedoria coletiva” o que
servirá para desmistificar as aleivosias que emanam de suas índoles e lá,
então, estarão vergados às suas insignificâncias e não mais brandirão suas
míseras e covardes mentiras ditas inteiras ou por meias verdades sobre os
ouvidos dos desavisados, pois estes não lhes ouvirão mais!...
Sentirão, isto é certo! o peso da história,
que não falhará com sua inexorável verdade, pois o tempo, justiceiro
implacável, haverá de subjugar suas pestilentas covardias quando, então,
purgarão sob o jugo de suas consciências se essas ainda lhes restarem e
“àqueles” que lhes seguiram, nas míseras e covardes mentiras e meias verdades,
reserve-se o mesmo fim!... Isto é da Lei!...
Delmar Fontoura.
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