quarta-feira, 25 de maio de 2011

Os caminhos entre a Sociedade Natural e a Moderna.

As sociedades tiveram suas formações a partir de grupos primitivos de seres humanos com costumes originais, embrião de suas culturas e nascedouro da sociedade natural. Quando essa “sociedade” evoluiu para sociedade organizada, constituindo-se em Estado como ente isolado e onipotente, mantendo a idéia do paternalismo primitivo é que, naturalmente, nasceram as comunas com suas distorções a partir das quais os agentes orgânicos dominadores avocaram para si o falso dever – se falso é poder – do protecionismo.

Ora! Se os primórdios da sociedade natural tiveram origem a partir do princípio da natureza orgânica do agente antropológico – o ser humano – não do ordenamento dos estados constituídos, conclui-se que estes servem, apenas, como invólucros das sociedades modernas. Portando, os agentes gestores desse estado devem subordinar-se à sociedade não esta a eles como se fosse uma Monarquia apelidada de Democracia.

Não podemos mais admitir a ambigüidade dominadora da trilogia ideológica: esquerda, centro, direita  e esquecermos que a tendência às políticas de objetivos sociais  é polissêmica, pois esta aponta para todos os quadrantes desses interesses, constituindo-se, como se fosse a “Rosa das ideologias”, formadora da contradição aos fundamentos naturais da organização social. Portanto, enquanto esta é a “base para desenvolvimento e harmonia da sociedade moderna”, a polissemia dos interesses, representada pela “Rosa”, é a natureza do ser antropológico interagindo na sociedade, que, embora suporte moderação, não permite freios a esse princípio...

A maioria dos pensadores sociais sempre teve grandes idéias ou idéias grandes, mas isoladas e eivadas de personalismos, esquecida de que a sociedade natural se fundamenta em “princípios naturais”, que devem se consolidar na sociedade moderna.

É essa distorção que abriga os grandes equívocos da convivência social onde prevalece o egocentrismo do ser humano com efeito contrário ao do agregador nas tentativas que se faz para consolidar essa harmonia, que só poderá ser alcançada a partir do ordenamento consuetudinário dos “instintos primitivos” no equilíbrio de forças antagônicas, que agregam e desagregam, mas que são próprias da natureza humana. Não se pode admitir, nessa premissa, que o personalismo se sobreponha à polissemia oriunda do interesse social, quando essa tiver o Estado como seu verdadeiro guardião.

Sabe-se que a plenitude de uma sociedade é uma utopia. Não devemos desperdiçar nosso tempo em busca do Jardim do Éden, mas a harmonia social deve ser buscada e, constantemente, aperfeiçoada para satisfação e equilíbrio entre esses instintos gregários, mas ao mesmo tempo dominadores do ser antropológico, pois isso é um legado da sociedade natural. Mas está mais do que provado que não é privilegiando segmentos do Estado, principalmente, quando ele se constitui como uma Monarquia apelidada de Democracia, que o atingiremos.



J. P. Fontoura.


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