quinta-feira, 22 de setembro de 2011

“Sentimental eu sou”.





Talvez seja pieguice este desabafo, mas se não disser o que penso eu não serei “eu”... ...Sei que existem diferenças entre nossas moradas... ...a minha está em uma “vila popular”, as que visito em “condomínios classe A” e me sinto envaidecido por me receberem em suas salas, mas, ao mesmo tempo, triste por não ter o prazer da recíproca da boa vizinhança, embora minha “casa” permaneça com seu "Portal" escancarado, com salas a serem visitadas e todas decoradas com os mesmos propósitos pessoais e impessoais estabelecidos há 10 de outubro de 2010... ...gostaria de conhecer opiniões diferentes, qualquer que fossem, até para que possa, se for o caso, corrigir as decorações.

Quanto a minha pessoalidade, costumo dizer que compreendo a natureza, mas não me excluo dela. Tenho as mesmas limitações, dificuldades e angústias próprias do ser humano e sei que o que nos diferencia são nossas virtudes e desvirtudes, o grau de nossos complexos e incomplexos e a capacidade de compreendê-los no contexto de nossas existências.

Mas a arte só será arte enquanto for a manifestação espontânea da estética de sentimentos e não se pode intervir nesse processo a exemplo do que fizeram ao obrigarem “Carlitos a falar emudecendo a genialidade da expressão de Charles Chaplin”... ...Não estou, em absoluto, me comparando a Chaplin – nem poderia pela imensurável diferença que nos separa.

Sei que o cartaz, ao lado da bilheteria do “teatro” em que atuo, com a sinopse do meu trabalho e minhas credenciais, talvez não recomende o espetáculo que apresento e esse não mereça ser assistido, mas não posso violentar minha natureza... ...Se me propusessem um papel teatral, em que entrasse mudo e saísse calado, eu a rejeitaria, pois só sou “arteiro” ao expressar meu sentimento através das travessuras que escrevo.

Já nos últimos atos da peça que interpreto da vida, vendo se apagarem as luzes da ribalta, não consigo, neste palco, mostrar um “J. P. Fontoura” diferente de um Delmar Joaquim Paim Fontoura, porque a “arte” superior da natureza não permite... ...pois:


Sentimental eu sou
Eu sou demais
Eu sei que sou assim
Porque assim a vida me faz

As coisas que eu
Vivo a dizer
Têm o sabor igual
Por isso é que eu digo
Como eu sou sentimental
 

Romântico é sonhar
E eu sonho assim
dizendo estas coisas
Para quem “ama” igual a mim
 

E quem achar que a vida
É como eu achei
Verá que é natural
Ficar como eu fiquei
Cada vez mais
Sentimental.

*Os versos acima foram adaptados da letra da música “Sentimental eu sou” de Altemar Dutra.


Delmar Fontoura.


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