Texto de MARIA LUIZA VARGAS RAMOS, do Blog
SIMPLESMENTE MARIA.
Sei que as exceções existem, mas não me baseio
nelas para fazer esta reflexão. Até porque, se formos fundamentar alguma coisa
com base nos casos raros, dificilmente chegaremos a algum lugar.
Muitas vezes ouvi a expressão "falta de berço",
quase sempre com a conotação de que a pessoa referida pertencia a uma classe
social inferior. A relação deve ser com o fato de que crianças muito pobres nem
berço para dormir possuem.
Prefiro estender o sentido a uma educação de
forma mais ampla, listando como "sem berço" as pessoas que não
tiveram uma família que lhes transmitisse valores essenciais à convivência
humana. Gente que deixa os filhos irem crescendo como erva daninha, pra todos
os lados, satisfazendo seus desejos e evitando o estresse natural da educação.
Assim como os bons ensinamentos e exemplos, os
maus também vão sendo transmitidos "de pai pra filho", perenizando
atitudes predatórias na sociedade
. A pessoa pode se formar (universidade não
encurta a orelha de ninguém), pode enriquecer (nem tudo o dinheiro compra),
todavia, um dia, aquela falta de valores e educação negados na infância e na
adolescência vai aflorar e o fulano não vai saber lidar com cargos e salários
muito além da sua própria dimensão - e vai meter os pés pelas mãos! Ou o
dinheiro na cueca, nas meias, nos panetones, enfim, vai mostrar publicamente
seu lado podre, exatamente onde faltou a autoridade e a estrutura familiar.
Não encontro mais adjetivos que expressem
fidedignamente minha náusea em relação aos políticos brasileiros. São atos
inomináveis, que tripudiam sobre o povo, sobre o voto, sobre a democracia.
Gente
desclassificada que sai de cena e logo retorna, aclamada pelo próprio povo que
saqueou.
Não tenho mais motivação para escrever sobre a
política e os políticos. Creio que estou perdendo até a capacidade de me
indignar. Só sinto nojo! Nojo de ser obrigada a votar (sem eleição talvez fosse
até pior), de sustentar esta corja, de ver o trabalhador sofrendo, penando
enquanto a camarilha embolsa seu dinheiro suado e faz uma festa orgiástica nos
impostos sobre tudo.
É um verdadeiro carnaval de contratações, de
licitações, de passagens, de auxílio para isto e aquilo, de bolsa isto e
aquilo, de viagens pra todo canto do mundo, de vereadores pipocando em
progressão geométrica, de salários subindo sem parar apenas para os políticos,
de aposentadorias mirabolantes, com mandatos eternos, enfim, um crime constante
contra o povo brasileiro, que até hoje não aprendeu a votar, vota sempre errado
e nem se lembra em que votou.
Meu pai contava que, na sua juventude, os
vereadores não recebiam salário, tinham suas profissões e, por serem homens
públicos altruístas e impolutos, reuniam-se semanalmente para deliberar sobre
as necessidades do município.
Se ainda
fosse assim, DUVIDO que algum desses políticos iria querer se manter no cargo.
Pulariam fora na mesma hora, procurando outra têta para mamar.
Postado
por Maria Luiza Vargas Ramos às 19:13 - Texto postado por MARIA LUIZA VARGAS
RAMOS, no Blog SIMPLESMENTE MARIA. Sra. Maria Ramos, é de Alegrete, radicada
atualmente em Florianópolis. Conheci o pai dela, Sr. Ramos, em Alegrete, quando
lá morei, no idos anos 70. Recomendo o Blog Simplesmente Maria: é muito
interessante. Acompanho há alguns anos, sempre com excelentes textos para leitura.
*Mandado pelo meu sobrinho Derli Paim.
Obrigado pela postagem da crônica Falta de Berço, de autoria de Maria Luiza Ramos, do Blog Simplesmente Maria. Abrçs DPaim
ResponderExcluir