segunda-feira, 3 de março de 2014


(Editoria de arte)

(Tadeu Vilani/Agencia RBS)

FERNANDA MONTENEGRO

"Toda a cultura brasileira está nas mãos do Estado"

Marcelo Perrone | marcelo.perrone@zerohora.com.br

Segunda-feira de Carnaval será o último dia de trabalho de Fernanda Montenegro na Capital. Desde 11 de fevereiro, ela grava na cidade novos episódios do seriado Doce de Mãe, coprodução entre a Globo e a Casa de Cinema de Porto Alegre que lhe valeu o troféu Emmy Internacional de melhor atriz em 2013. Em meio a uma pausa nas gravações, Fernanda conversou com Zero Hora na sede da Casa de Cinema, no bairro Rio Branco.

Na entrevista, a atriz, aos 84 anos, faz uma leitura atenta e crítica da tensão política e social que o Brasil está vivendo, fala sobre velhice, do culto à beleza, e de projetos que tem pela frente. Ainda renova sua paixão pelo palco e pelo ofício que fez dela uma artista consagrada internacionalmente - ganhou o Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim de 1998 com o filme Central do Brasil, atuação pela qual foi indicada também ao Oscar.

Não penso muito no futuro. Prefiro esperar o que a vida reserva para mim.

Caetano Veloso, anos atrás, disse: "Se este nunca se tornar um país são e respeitável é porque terá traído Fernanda Montenegro". O Brasil que a senhora vê hoje é, ou está no caminho para ser, são e respeitável?
A gente não pode pôr tudo no mesmo saco. Acho que há uma grande parte do país que faz disso um país. O que está acontecendo é uma tragédia cá embaixo. Tragédia tragédia. E, lá em cima, uma tragédia de opereta. As reivindicações estão aí. Brecht fala que de uma pessoa com estômago vazio, de uma pessoa faminta, não se pode exigir dignidade. De uma certa forma, as pessoas passaram a comer. E, na medida em que comem, as reivindicações aparecem, porque a pessoa começa a ter um fluxo dentro de seu organismo que faz dela um ser pensante e reivindicador. São as reivindicações básicas: educação, saúde, saneamento. Mas há uma corrupção institucionalizada, um pragmatismo político absolutamente caótico. Vivemos nos ofendendo de direita ou esquerda quando, na realidade, isso não existe nas altas esferas políticas, porque todos os partidos se ajudam e se pragmatizam. Há um caos em cima de uma prática política.

A senhora mora no Rio de Janeiro, palco de muitas manifestações populares nos últimos meses. Quem olha à distância percebe que no Rio essa tensão social parece mais latente. A senhora concorda?
Não é verdade. Todo dia, em algum lugar do país, tem uma reivindicação muito inquietante, sinal de que não estão prestando atenção aos atendimentos básicos. O transporte público no país é um martírio. O ser humano, para ir e voltar do trabalho, perde quatro, cinco horas, isso quando tem a condução. Não estão queimando ônibus por capricho. É o símbolo de algo que não está funcionando. Não sou pessimista, mas acho que essa tragédia mata dos dois lados. Estamos numa vivência de o bem e o mal. Quem está numa posição contra a minha posição é o mal. E do outro lado a mesma coisa. Está tudo muito polarizado.

A classe artística esteve na linha de frente das manifestações populares no Brasil em episódios como as passeatas contra a ditadura militar e o movimento das Diretas Já. Os artistas não estariam hoje afastados dessas demandas das ruas?
Mas alguém está com uma causa definida?, eu pergunto. No período militar, os artistas, principalmente nós, os artistas da palavra, fomos pioneiros e corajosos no enfrentamento, talvez mais do que qualquer outro setor da atividade cultural brasileira. Foram peças e peças proibidas, gente sendo presa, espancamentos nos teatros. Mas havia ali um ponto a ser observado, a ser destruído mesmo. Tinha um rosto, uma configuração. Hoje, não temos isso. Não sei que rumo as coisas vão tomar. Votei sempre no Lula. Acho que o primeiro governo dele foi fundamental para esse ganho, quanto mais não seja, de se ter um estômago alimentado. Mas quando ele disse em Paris que o caixa 2 é uma coisa comum no Brasil... Desculpa, Lula, mas eu não faço caixa 2. E sei que no meu nível, e do meu nível para baixo, quem fizer caixa 2 vai preso.

O ator que ambiciona trabalhar com dramaturgia costumava ter uma base no palco. Com o tempo, passou a existir uma formação voltada especificamente para a televisão. Existe uma deficiência na formação de jovens atores?
A gente não pode ignorar o meio eletrônico. O teatro é um artesanato arcaico, não vai morrer. Porque a necessidade de discutir e emocionar com o sentimento do ser humano nunca vai deixar de existir. Pode não ser para 40 milhões de espectadores, um bilhão de espectadores, mas nem que seja para 20 pessoas numa sala. O processo da indústria da imagem é o da substituição de peças. Para quem vem do teatro, como eu, a formação é difícil. Dez anos de teatro não significam nada. Com 10 anos de teatro você está começando. E se você estourar numa primeira peça, pode ter a certeza de que vai comer pó de palco por mais 10 anos. Porque é um artesanato lento e raramente chega por obra do divino espírito santo.

A atriz Susana Vieira já se queixou da falta de profissionalismo de alguns jovens atores, que procuram usar sua popularidade na TV para faturar em comerciais e eventos. A propósito, o ator Caio Castro recentemente disse em entrevista que não vai ao teatro e não gosta de ler, o que gerou uma reação indignada da alguns artistas. O que a senhora acha desta declaração?
Isso é problema dele, não tenho nada com isso. Ele foi honesto, não fez charminho de dizer que gosta do que não gosta. Tem o valor da sinceridade. Se a pessoa não quer... como diz o poeta português José Régio: "Não, não vou por aí?. É um direito que as pessoas têm. É o orgulho da sinceridade. Eu já fiz cena com um jovem ator que tinha de se estertorar de desespero porque sua jovem mulher estava morrendo de parto. Nós ficamos uma noite inteira repetindo. Eu era a parteira, que estava ali do lado. E repetimos, repetimos. E se gravou, se gravou. Depois, o diretor pegou as melhores partes daquele jovem ator e ficou uma coisa maravilhosa. Mas ele fazer isso em teatro... compreende? Essa é a mecânica do montador, do repetir, do se não chora, pinga lágrima, do faz de novo. Por isso, esse outro rapaz pode dizer que não lê e não vai ao teatro. Porque ele funciona muito bem na TV, mesmo sendo ignorante ? e falo essa palavra não no sentido de ofender, mas da pessoa que ignora, que nunca leu Dostoiévski. Porque ele vive feliz sem ler. Porque ele vai para aquele meio de trabalho e lá repete, tartamudeia, e na segunda novela já fala melhor. Alguma coisa vai se movendo com o ofício, e ele vai aprendendo aquela linguagem específica. Muitos que nunca pisaram no palco fazem uma carreira brilhante na televisão e no cinema, porque o método de trabalho é que nem o Jack, o Estripador, é por partes. O montador bota de você a parte que ele quiser. Você é uma matéria-prima que vai ser moldada por um diretor e por um montador. Essa linha de montagem da indústria da imagem requer outro tipo de linguagem, um outro tipo de ator. Hollywood disse que tem que ter o jovem lindo com dentadura linda, cintura fina, peito largo, músculos latejando. E a menina tem que ser linda, deslumbrante, ter um sorriso maravilhoso. Isso você não encontra nos palcos do Brasil nem do mundo inteiro. Mas você encontra nas passarelas, na praia.

Ainda assim, permanece o interesse dos jovens atores pelo teatro?
Acho que sim. O teatro atualmente não tem vez. Não todo ele, porque teatro musical é teatro. Falo do teatro da palavra, o teatro da ideia, o que pode trazer alguma inquietação, uma contestação, como o que minha geração viveu. O teatro era um campo de debate emocional. Isso, hoje em dia, não tem. Nas opções das comissões que distribuem os dinheiros e os investimentos para a diversão, o teatro da palavra está muito desacreditado. Estão jogando nos musicais, nas comédias, mais no entretenimento do que no lado mais atuante, na posição de cidadania que o teatro tem muito.

Até a senhora tem essa dificuldade?
Sim, tenho. Fiz Simone de Beauvoir, um trabalho que foi negado por comissões de seleção (de editais de financiamento). Era um projeto de atendimento social, como eu acho que tem de ser o teatro, que não pode ficar enclausurado num prédio. Levamos o projeto à periferia do Estado do Rio. Apresentei em 21 comunidades de São Paulo. Achavam que era uma frescura fazer Simone de Beauvoir, que ninguém conhecia essa senhora. Daí você prova que foi uma pensadora que mudou o comportamento. A grande revolução dessa mulher foi a transformação que ela fez no mundo feminino. Eu sou dessa geração. Ela me diz muito. E tem uma avaliação elitista porque determina o que o povo deve ver. Toda a cultura brasileira está na mão do Estado. Não tem mais condição de você, como durante 40 anos minha geração viveu, empenhar sua casa, seu piano no banco para fazer seu espetáculo.

O preço do ingresso é um limitador de público?

Para o espectador, o teatro está cada vez mais barato. Hoje, no Rio de Janeiro, estacionar o carro é mais caro do que o ingresso do teatro. Existe um teatro no Rio, que é do Estado, o Carlos Gomes. Fiz lá uma temporada com o projeto do (Ivaldo) Bertazzo, coreógrafo que trabalha com projetos sociais. Um domingo por mês o teatro cobra ingresso de R$ 1. Isso anula todos os outros domingos porque todo mundo espera esse do R$ 1. Mas aí uma senhora de seus 70 anos disse que queria pagar 50 centavos porque ela era da terceira idade e, já que era R$ 1, queria pagar a metade senão ia no Procon. Aí convidamos ela a assistir de graça. Porque sempre o teatro é caro. Se cobrar R$ 5 é caro, se cobrar R$ 10 é caro, R$ 100 é caríssimo. Mas, de repente, vem um espetáculo internacional, como o Cirque du Soleil, que você compra e paga em 10 meses. Mas ao teatro brasileiro, principalmente o da palavra, o do pensamento, nenhum banco oferece ingresso que se possa pagar em 10 meses.

(Tadeu Vilani/Agencia RBS)

Sempre o teatro
é caro. Se cobrar
R$ 5 é caro, se cobrar R$ 10 é caro, R$ 100 é caríssimo, mas para ver o Cirque du Soleil você compra e paga
em 10 meses.


(Tadeu Vilani/Agencia RBS)


(Tadeu Vilani/Agencia RBS)

Fernanda Montengero destaca que o Emmy Internacional conquistado com a série Doce de Mãe "renova o gás" de uma carreira de mais de 60 anos. O seriado cômico que tem Porto Alegre como cenário é dirigido por Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo (os dois à esquerda de Fernanda na foto abaixo), com produção de Nora Goulart e montagem de Giba Assis Brasil (ambos à direita).

- É um projeto que nasceu aqui em Porto Alegre, a ideia da personagem é da Ana, inspirada em vivências dela. Doce de Mãe foi uma coisa muito feliz na minha vida. Gosto da forma como a Casa de Cinema trabalha, com objetividade, sensibilidade e muita alegria. Rendeu um prêmio para mim que, na verdade, é de toda a equipe, porque não se faz esse tipo trabalho sozinho, como um quadro que se pinta ou um livro que se escreve - diz Fernanda.


(Fábio Rebelo/TV Globo/Divulgação)

No seriado cômico gravado em Porto Alegre, atriz vive uma octogenária que preza sua independência


(jayme monjardim/divulgação)

Fernanda filmou no RS a adaptação para o cinema de "O Tempo e o Vento", épico de Erico Verissimo


(Neilson Barnard/Getty Images/AFP)

Em novembro de 2013, Fernanda recebeu em Nova York o prêmio Emmy Internacional de melhor atriz

Você todo dia achar que tem menos um dia de vida assusta. E tem, não é imaginação. Mas eu digo sempre, tenho essa frase como base: 'Ainda está bom'. Você ainda anda, ainda fala, ainda trabalha, ainda te querem.

 

VÍDEO da entrevista com Fernanda:

 

O que a senhora enxergou na personagem Picucha que lhe motivou a trabalhar em Doce de Mãe?

Eu tenho o privilégio de ter um mural de perfis femininos na minha vida de atriz, no teatro, na televisão e no cinema, que me formou como ser humano. A gente se envolve com esses perfis principalmente quanto se tem um material de primeira, com qualidade poética, quando é de um autor que traz uma discussão em todos os níveis, como o grande texto de teatro, o grande roteiro de cinema, ou até mesmo uma novela bem escrita. Eu procuro, diante dessa vivência de 65 anos de palco, a isenção de ver o fenômeno acontecer. Você faz o Iago mesmo que não concorde com o Iago. O ser humano é capaz de tudo, até mesmo de ser o Iago. Esse tipo de conjectura, o que leva certo personagem a agir assim e não assado, vai te dando uma visão muito libertária da vida. A Picucha está nesse perfil. É uma senhorinha de 80 anos que, dentro do que recebo, como roteiro, como linguagem, não joga só o jogo da sobrevivência. Tem sempre algo muito especial na sensibilidade do trato dela. Não é o feijão com arroz. Tem um sentimento de algo mais transcendente nesse realismo.

A realidade da Picucha espelha algumas de suas vivências pessoais?

Acho que faço a minha mãe. Convivi com muitos velhos da minha família. Com coragem, esses velhos, com um grande sentido de sobrevivência, com o sentimento de não pesar. O ser humano pode ter uma falência lá no seu DNA, ter uma doença degenerativa que o torne incapaz. Mas, à medida que, apesar dos achaques, você vai vivendo, sua cabeça está ainda funcionando, tem consciência do que está fazendo, essa é a luta pela sobrevivência do velho. Este é um país que não cuida da criança e não cuida do velho. É terrível.

A senhora está à frente de um projeto que vai marcar sua estreia como diretora, relacionado a Nelson Rodrigues. Fale sobre ele.

É um monólogo interpretado pelo Otávio Augusto, Nelson Rodrigues por Ele Mesmo, com crônicas que a filha do Nelson reuniu em livro e, segundo ela, nunca foram publicadas. Tivemos um período muito ligado ao Nelson. Ele escreveu para nós Toda Nudez Será Castigada (Fernanda acabou não encenando a primeira montagem, em 1965, sendo substituída por Cleyde Yáconis) e A Serpente. Fiz dele A Falecida e duas novelas. Não tem autor de teatro como ele.

Na próxima novela de Gilberto Braga sua personagem fará par romântico com a de Nathalia Timberg?

Sim, está no projeto. É um casal, pela idade de nós duas, com uns 60 anos de casamento. Já teve casal adolescente, de homens e de mulheres. Agora está na hora dos velhinhos e das velhinhas.

Falando em casal gay, não se superestimou demais o beijo gay na novela Amor à Vida?

Mas foi bonito. Estava na hora, eu não aguentava mais o vai beijar, não vai beijar, uma coisa muito chata. Beijou, pronto, acabou. Agora, certamente vão ter diversas qualidades de beijo. A coisa tem que avançar além daquele beijinho de noivo.

(Tadeu Vilani/Agencia RBS)


Reportagem: Marcelo Perrone | Fotos: Tadeu Vilani, Fábio Rebelo/Tv Globo, Divulgação e AFP | Edição Digital: Claudia Lawisch

 

 

Envelhecer a assusta?
Assusta. Todo dia achar que tem menos um dia de vida assusta. E tem, não é imaginação. Mas digo sempre, tenho essa frase como base: "Ainda está bom". Você às vezes se surpreende: "Meu Deus, tenho quase um século". E você ainda anda, ainda fala, ainda trabalha, ainda te querem.

Seu relacionamento com seus filhos, Fernanda e Cláudio, e netos tem alguma semelhança com o da Picucha e seus familiares?
Somos poucos e muito próximos. É uma família pequena. Todos nós trabalhamos muito, a gente não se vê muito, mas nos falamos três, quatro vezes por dia. Não há nenhum problema que não se converse, que não se jogue na mesa. Somos muito interdependentes.

Fala-se de uma crise de qualidade nas telenovelas, cenário no qual têm se destacado exceções como Avenida Brasil. A senhora também tem essa percepção?
As novelas, principalmente a central da Globo, têm um tamanho no ar que, às vezes, dura uma hora e meia. É praticamente um longa por dia. É difícil para quem escreve, para quem produz, para quem representa. Acho que a crise vem da obrigatoriedade de ter aquele tamanho, aquela disposição entre uma zona de comicidade e uma zona mais pesada, uma representação do mundo comportamental, do mundo social. É muito difícil. Porque, com uma hora e meia por dia, as pessoas vão ver um pouquinho e voltar depois. Como tem que ter tantas inserções comercias, porque senão o produto não se paga, tudo bem. No passado, os capítulos eram curtos, os acontecimentos eram quentes porque não eram dispersados em não sei quantos cenários onde você coloca 500 mil situações para ver qual que serve, qual dá ibope, qual vai dar a temperatura da novela. A gente fazia novelas extraordinárias num tempo menor.

Por isso lhe agradam projetos mais curtos como Doce de Mãe?
Sem dúvida. Não só eu, mas de A a Z quem trabalha com dramaturgia, porque você objetiva seu personagem. Acho Doce de Mãe um achado, de conjunto, de ideia, de realização, de atuação. Mas está num horário estrangulador. Eu não deveria dizer isso, mas espero que os meus superiores entendam. O que me compete é fazer o melhor que posso, junto com esses colegas que fazem o melhor que podem. E não é só com a nossa série, mas com outras importantes.

A senhora tem uma longeva ligação com Porto Alegre, onde tem muitos amigos. Viver a Bibiana em O Tempo e o Vento teve um caráter simbólico nessa ligação?
Foi um ato de coragem fazer O Tempo e o Vento. A crítica falou que o filme ficou mais na panorâmica. Mas achei o resultado bom. É muito difícil adaptar um romance referencial da nossa literatura. Cada um tem um Capitão Rodrigo na cabeça, a sua Bibiana. Dar conta do imaginário é fogo. A literatura é um meio tão específico. O cinema, quando se debruça sobre a literatura, tem sempre uma observação do que foi ou não foi.... A história do Rio Grande é tão bonita.

A senhora está no elenco de dois filmes brasileiros a caminho, Boa Sorte, da Carolina Jabor, e Infância, do Domingos Oliveira. Como foram estes trabalhos?
Boa Sorte é uma história linda. Faço uma avó maconheira (risos). Quando acaba o papel de seda, ela pega da Bíblia e faz um cigarrinho. Com o Domingos, é uma adaptação da peça Do Fundo do Lago Escuro, que nós montamos no teatro com direção do Paulo José, nos anos 1980.

Seu nome segue associado ao filme "A Igreja do Diabo", que o diretor português Manoel de Oliveira, com incríveis 105 anos, ainda planeja realizar. Como está o projeto?
Quando nos encontramos, ele foi muito gentil. Já tinha me convidado para participar de um outro filme, mas eu não pude aceitar porque estava em excursão com a Simone de Beauvoir. Depois tivemos outra conversa, que não caminhou. Me explicaram que, quando se chega aos 90 anos, a gente entra numa zona em que fica meio defendido. O negócio é por volta de 65, 70 anos. Passando dessa fase, se o cérebro chega aos 90 anos inteiro, a massa encefálica fica resguardada e aí vai embora (risos).

(Tv Globo/Divulgação)

(Fábio Rebelo/TV Globo/Divulgação)

(TV GLOBO/DIVULGAÇÃO)

(Fábio Rebelo - TV Globo/Divulgação)


 

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