quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Trilogia Ideológica e a Polissemia de Interesses da Sociedade.



Rosa da Polissemia dos Interesses sociais.
   
        Quando critico o comportamento do político, em exercício ou não, na realidade estou criticando um ser social interagindo na sociedade, que é o instituto da organização através do qual tentamos viver em harmonia. Mas este instituto atribui deveres e restringe direitos a “seres humanos”, que éparte de uma natureza com leis próprias não subordinadas e contrárias às imposições da organização social.

De nada valerá a tentativa de convivência social em harmonia se não entendermos  esta verdade absoluta. Não serão imposições nem restrições, que limitarão a força do ser antropológico interagindo na natureza se ele é matéria desta...

Embora a sociedade nos imponha a obrigatoriedade de sermos do “bem” o ser humano tanto pode ser “anjo” quanto “demônio”, não por sua vontade, mas porque  forças maiores determinam que seja assim... ...ao mesmo tempo o que chamamos de “vida” é, também, o que chamamos de “morte”, sem considerarmos, que, na “dimensão do universo” em que vivemos, “matéria não nasce nem morre”!...

Mas o que tem nos mantido como sociedade é a força da essência natural das inter-relações sociais, com seu equilíbrio entre as “ações” e as “reações” do “ser humano”, se constituindo como instrumento da harmonia social. Eis a razão porque deveríamos exigir que o político tivesse essa compreensão e reassumisse, de vez, o papel de agente promotor dessa harmonia, que a muito renegou.

Entretanto, devemos nos conscientizar de que a plenitude harmônica de uma sociedade é uma utopia. Não podemos desperdiçar nosso tempo em busca do Jardim do Éden, mas sim concentrarmo-nos na busca desse tão necessário equilíbrio entre os instintos primitivos do ser antropológico, títere da natureza. Mas está mais do que provado que não é privilegiando segmentos do Estado, principalmente quando ele se constitui como uma Monarquia apelidada de Democracia, que o atingiremos.

Na busca desse equilíbrio devemos ter em mente que a "sociedade natural" teve origens a partir da natureza orgânica do agente antropológico – o ser humano – não do ordenamento dos estados constituídos, pois esses são apenas invólucros das sociedades modernas. Os agentes gestores, desses estados, devem se subordinar à sociedade não esta a eles.  

Não podemos, em hipótese alguma, admitir a ambigüidade dominadora e obscena da trilogia ideológica: Esquerda, Centro e Direita do exercício político e esquecermos de que as “tendências às políticas de objetivos sociais”  são polissêmicas apontando para todos os quadrantes desses interesses e formadora da contradição aos fundamentos naturais do desenvolvimento social... ...Enquanto este é a “base para organização e harmonia da sociedade moderna” a polissemia de interesses sociais é a natureza do ser antropológico interagindo na sociedade, mas esta interação, embora suporte a moderação, repudia o "freio" ...

A maioria dos pensadores sociais sempre teve grandes idéias ou “idéias grandes”, mas isoladas com contornos personalistas, esquecida de que a sociedade natural se fundamenta em “princípios comuns”, que tende se consolidar na sociedade moderna. Foi esta distorção milenar que, até agora, abrigou os grandes equívocos da convivência social onde prevaleceu o egocentrismo do ser humano com efeito contrário ao do agregador nas tentativas que se fez e faz em busca dessa harmonia, que só poderá ser alcançada a partir do ordenamento consuetudinário dos “instintos primitivos” do equilíbrio de forças antagônicas, que agregam e desagregam, mas que são próprias da natureza humana.

Caberá ao Estado evoluído, quando constituído como lídimo representante da Sociedade Organizada, não permitir que o personalismo de seus agentes se sobreponha ao interesse social polissêmico, fundamento do equilíbrio dessa inter-relação, que, ao se consolidar, possibilitará a paz social!...



J. P. Fontoura.

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