terça-feira, 19 de julho de 2011

O Utópico Dever do Homem Público:

                     


A busca de uma vida digna é um direito do cidadão enquanto indivíduo, mas passa a ser um dever quando ele estiver investido na condição de responsável por um coletivo social, tais como: a Célula Familiar, a Rua, o Bairro, o Distrito, o Município, o Estado Simples, o Estado Federal, uma fração destes ou uma Entidade de Direito Privado.

Quando for um dever não será necessário que o ser social seja radical nem persiga objetivos imponderáveis, deve agir naturalmente sem posicionar seus ideais a partir de “premissas de agremiações partidárias”, pois suas ações, independentemente de sua vontade, irão interagir na sociedade como fenômenos políticos decorrentes de forças orgânicas com suas próprias estratificações, segundo as leis naturais que as regem e de onde se originam os vínculos do “Regime Jurídico-político”, que decorrerão dessa interação social da qual ele será agente natural.

 Se ao ser social somarem-se as funções de agente público ele não deve se auto-intitular detentor de fórmulas mágicas ou de panacéias para solucionar os problemas decorrentes da gestão da “coisa pública” ou de uma representação do Povo. Suas ações políticas deverão se restringir a participação partidária, onde, aí sim, ele poderá defender princípios que compatibilize seus pontos de vista, nascedouros ideológicos do bem público. O ente político sempre será um agente dessas leis naturais, precisando empenhar-se para compreendê-las.

 Deverá, através da autocrítica, frear o egocentrismo de sua personalidade, despojando-se do hedonismo de suas vaidades, procurando, primeiro ouvir depois falar para somar a favor do bem comum que deve ser seu objetivo primordial.

Deverá saber que não existem verdades absolutas, pois suas verdades serão sempre relativas à capacidade que tiver para entender: os outros, a si mesmo, a natureza e os fenômenos desta – nem mesmo os “Deuses” são verdades absolutas – O verdadeiro saber não se resume ao conhecimento das verdades absolutas, mas sim do entendimento das complexas verdades relativas... ...A ausência dessa compreensão é sempre motivo de rejeitarmos “aquilo” que não temos capacidade de entender!...

Abro aspas - Está provado que é no útero materno, através dos sentidos, que obtemos as primeiras informações sobre o ambiente onde vivemos, que, codificadas em regiões específicas do nosso cérebro, desenvolvem nossa: visão, audição, paladar, tato e olfato, segundo o grau de compreensão próprio de nossa “individualidade”.

M as isso não significa tudo, pois a magia da natureza dota o ser humano com inatas “diferenças” que o caracteriza como indivíduo e lhe possibilita desenvolver mais ou menos essas percepções, que  ao longo de sua existência serão decodificadas forjando o caráter de cada um, para que, através deste, possa assumir: seus erros, seus acertos, suas virtudes, suas vilanias, suas verdades, suas mentiras, seus ódios e seus amores!...

É essa Engenharia que nos permite perceber o quanto há de diferença em nossas semelhanças como seres humanos, pois, embora nossa estrutura biológica nos de condições de perceber o que nos rodeia, é o seu “intangível” – o sexto sentido – que desenvolve a capacidade imensurável, resultado do grau de desenvolvimento das percepções: Quociente de Inteligência.

 Os que atingem um grau elevado são os Gênios, capacitados para transitarem entre o bem e o mal...

 Os com percepções medianamente desenvolvidas: são os mais equilibrados nas relações com a natureza, moderam-se na coexistência entre o bem e o mal...

Já os que têm essas mesmas percepções pouco ou não desenvolvidas são os portadores de deficiências psíquicas, incapazes de perceberem diferenças entre as verdades absolutas e as relativas na coexistência com a natureza e com a sociedade.

Mas há outro grupo onde estão os portadores de “psicopatias” e os indivíduos, que, conscientemente, se comportam como “incapacitados psíquicos” e se somam aos desprovidos de caráter ilibado para interagirem e transitarem no submundo entre o bem e o mal... ...esses são os que confirmam o princípio, de que o “ser social corrupto” nunca vai agir como “ser político ético”, pois, a priori, essa virtude já não consta na gênese do seu caráter como “ser humano”!

Mas atenção! Esse Bem e esse Mal aos quais me refiro, não são aqueles da doutrina maniqueísta, mas sim os da bondade e da maldade imanentes da formação do caráter desse ser social. Portanto, àqueles inconscientes, que transitam na zona entre o real e o imaginário e integram ou beiram um estado psíquico anômalo, devemos consignar o benefício considerando seus estados. Mas aos que, conscientemente, transitam nessa mesma “zona”, se deve aplicar o mais alto rigor da Lei Maior, sem benefícios ou perdões. Mas não esqueçamos, que sob o ponto de vista sócio-político, todos serão “coexistentes” perante o Ordenamento do Estado!... Fecho aspas.

Esses são os princípios fundamentais em nome dos quais o homem público deverá “despojar-se de sua individualidade em favor do coletivo” empenhando-se em criar as regras comportamentais para a coexistência pacífica da sociedade, através das quais deverá, também, explicitar e comungar suas idéias sem sectarismos onde fique claro que tanto a intenção quanto a ação para o uso indevido, a doação e o recebimento do bem público se configurem somente naquilo que estiver ordenado na lei!...  

 A ausência dessas regras e do vigor acima referidos, só tem gerado conflitos, armados ou não, que retardam a felicidade do homem enquanto Ser Social e ou Político, ou seja, da sociedade!...

Portanto a esse Ser Social e ou Político, enquanto representante de uma “coletividade”, cabe manter: a correção moral, a compostura, a decência, a dignidade, a nobreza, a honradez e o pudor ético que constituem a essência do decoro, em “qualquer dimensão do tempo e do espaço sócio-político”!...


Delmar Fontoura.

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