quinta-feira, 21 de julho de 2011

O Governo, a Antropologia e “Ele”...

Artigo.

Os preceitos teóricos e práticos da Ciência Política não conseguem mais explicar o comportamento de alguns que dizem exercer política no Brasil. Mas por quê? Ora! Por que não é política o que exercem. O que praticam só pode ser analisado pelos Ramos da Antropologia, através dos quais o homem é descrito segundo as características identificatórias de suas relações: social, humana e natural, propondo conhecê-lo segundo: seus costumes, suas crenças, a forma como se organiza e esse seu comportamento que envolve, dentre outros, seus aspectos biológicos, incluso a essência de sua moralidade. Sob este aspecto observa-se que esses agentes não se dedicam à lide por ideologia ou pela representatividade do coletivo exigida pelos cargos ou funções que ocupam ou visam ocupar.

 A deturpação no exercício da política tradicional tornou-se um anacronismo se a considerarmos no contexto do “tempo” em que vivemos, pois o homem que se propõem a essa lide se torna do mundo e a serviço da comunidade. O “astro” deve ser sempre essa comunidade a qual esse político deveria se curvar em ato de reverência, não o contrário como se vivêssemos em uma monarquia!...        

  O que constatamos, na realidade, é a total inversão desses valores, pois quando deveriam estar prestando serviço à sociedade, esta que lhes é servil, compulsoriamente, arcando com os custos: material, financeiro e moral decorrentes desta situação anômala. Pagamos regiamente   por vias diretas e transversas para esses pseudopolíticos postularem um “emprego” e se manterem empregados sem a contrapartida a favor da sociedade a que devem servir.

Suas vocações e ambições se concentram nas oportunidades que vislumbram ao se apresentarem como postulantes para funções ou mandatos públicos. Uma vez atingidos esses objetivos, iniciam os conchavos em busca da formação de “quadrilhas” com seus pares ou com representantes das outras casas dos governos, visando obterem benefícios “pecuniário e ou benesses imorais”. Muitas das vezes, mancomunam com grupos extra governo que gravitam os “palácios” em busca de “favores” ou de lucros exorbitantes para si e ou para corporações que representam. Renegam o dever da autocrítica, como um lema que poderia frear o egocentrismo de suas personalidades, se não renegassem somariam a favor do bem comum, que deve ser o objeto do ideário na postulação e no exercício da política tradicional.

  No exercício da “coisa pública” deveriam, primordialmente, criar as regras comportamentais capazes de propiciar a coexistência social pacífica, mas não o fazem, pois sabem que teriam de se sujeitar vigorosamente a elas e cultivarem: a correção moral, a compostura, a decência, a dignidade, a nobreza, a honradez e o pudor ético, princípios basilares que formam a essência do decoro necessário para o exercício nobre da “Coisa Pública”!...

Esse comportamento confirma o princípio, de que o “ser social corrupto” nunca vai agir como “ser político ético”, porque, a priori, esta virtude não consta no gene da gênese de seu caráter como “ser humano”!

Tomemos como exemplo a Casa do Executivo Federal onde é facilmente identificável esse desequilíbrio no comportamento ético em que “seres políticos” se relacionam com a “corrupção” sob a tutela de uma “instituição partidária” numa interdependência, não do senso comum da ideologia como doutrina, mas sim do caráter corrupto que alicerça essa relação, que transgride o pudor ético e configura, claramente, um “trinômio do mal” cuja máxima é: nós representamos o supremo bem e nossos opositores o supremo mal. Entenda-se por opositores, neste caso, não só a oposição política, mas sim a sociedade como um todo, decorrendo dai todos os males que isso possa acarretar!...

Constata-se, claramente, que esse comportamento é o corpo e a alma dessa “instituição partidária” e o quanto suas ações e as dos seus seguidores se enquadram nos preceitos teóricos da Antropologia e se afastam dos que regem a boa e salutar política convencional.

Quanto ao principal representante desses “seres políticos” podemos afirmar que ele é a figura chave nessa relação, o criador que porta o “gene dominante transmitido às criaturas”.

Observando o início da caminhada, no tempo e no espaço de sua vida política, nos deparamos com ele bradando pelos trabalhadores nos portões ou reivindicando pelos mesmos aos patrões das metalúrgicas! Com suas bravatas, suas mentiras, ditas inteiras ou por meias verdades, suas calúnias, suas promessas utópicas que nunca seriam cumpridas, somadas às suas ações obscuras e às transgressões aos princípios básicos da convivência democrática!...

Mas, como explicar que, a despeito disso, num determinado momento da sua história pregressa, ele tenha surgido como um líder carismático, embora essas convicções equivocadas e distorcidas da realidade e seus propósitos escusos?...

 Ora! Fica muito claro em seu histórico, que “ele” e “os” que passaram a lhe seguir ignoravam a essência da vida e das relações desta com o todo da natureza, o que não nos surpreende, pois ignoram até hoje!... Com certeza não foi só este o motivo, mas, também, a falta do pudor ético somado às suas obsessões pelo domínio e pelo poder. Que forma de poder? A Autocracia!

É provável que “ele”, em particular, introspecte uma desdita pelo que a aridez da Caatinga tenha lhe causado nos primórdios de sua vida e que seu subconsciente somatize uma fuga,  que encarquilhou não somente sua pele, mas, também, sua alma!...

O que explicito, nestas observações, não visa segregá-lo por sua conhecida ignorância do saber nem por outra razão qualquer, mas diferenciá-lo por ele ser: preguiçosa, petulante, maldosa e “conscientemente” incapaz de assimilar aquilo que está além do que ele estabeleceu como sua meta para atingir esses objetivos de poder. Disto ninguém o demoverá, pois esta é a característica antropológica que o identifica e diferencia como “ser humano” que está, como já frisei, encarquilhada na sua gênese... ...no seu caráter... ...no seu DNA!...

Sabe-se que num determinado momento dos meandros de sua caminhada como sindicalista, enveredado para a política, ele passou a liderar um grupo de seguidores sob a égide do seu “carisma”, que, ao identificarem-se pela “distorcida gênese política”, sentiram-se onipotentes a ponto de num “ritual canônico” se “auto-ungirem” e, em satisfação às suas tendências messiânicas, ungiram-lhe como soberano da grei e salvador da pátria, segundo um mandamento absolutista que buscaram num “Monte Sinai imaginário”!...

Naquele momento eles já aviam identificado “estratos sociais” passíveis de servirem como massa de manobra para seus objetivos escusos; aproveitaram-se, então, dessas massas e do caos social em decorrência do estado de exceção política, para consolidarem-se como pseudogrupamento político que hoje causa tanto mal à sociedade brasileira.

A partir de então, se intitulando socialistas, mas temperados por comportamento “esquerdopata maxistoide”, passaram a recrutar e receber adesões de políticos ou não, alguns fugidios e outros oriundos de partidos extintos, muitos até, com o propósito de combater o regime de exceção que se estabelecera, ou em busca de abrigo. A esses se juntaram, também, alguns intelectuais autênticos - já debandados - e os intelectualóides que sobrevivem até hoje na grei.

Nessa altura, jazia o corpo inerte, faltando-lhe, somente, a alma e foi o cadinho do período de exceção que favoreceu o amalgamamento da pseudoideologia que, como um fantasma, ectoplasmava no meio da turbulência da retomada da democracia e do uníssono brado das “diretas já”.

 O jovem “ser” recebia os cuidados do “pai e dos babás” (sic) com dedicação extrema, por isso a “criatura” apresentava bochechas gordas e rosadas; covinhas, dobrinhas; o sorriso e o olhar, no entanto, pareciam com os do “Bebê de Rosemary”, mas mesmo assim, pessoas de fora do “grupo maldito”, afagavam-lhe e diziam: que engraçadinha é parecida com o “pai”!...

 Resultado: transformou-se nesse “monstro” que agora causa e causará tanto mal, por tantos ou mais anos, pior do que os desvios causados no período de exceção do regime militar, cujas conseqüências, sociais e econômicas, sofremos até hoje.

 Esse “monstro” tenta, também, privar-nos: de nossas individualidades, do congraçamento do Povo, da liberdade de imprensa e, com isso, da liberdade de nos expressar. Com adjetivações de: pobres, ricos, classe média, brancos, negros, elite, banqueiros, burgueses, pobres do Nordeste, elites do Sudeste!... Esse é o comportamento que resulta dessa pseudoideologia: cruel, segregacionista, tendenciosa, separatista, com o nítido intuito de dividir o Povo em “castas”, pois seu mentor sabe que: o que divide para o povo multiplica para ele!...

Mas que Ele e seus seguidores não se esqueçam de uma verdade axiológica: o que caracteriza “a individualidade antropológica do ser humano” não é sinônimo de “sua individualidade social”... .

A Engenharia da Natureza prova nossas semelhanças como seres humanos, mas, distingue, pelo “intangível”, nossas individualidades, tais como: o saber, a inteligência e a capacidades intrínsecas de entendermos a essência de nossas vidas e as relações destas com o todo da Natureza, ou seja: nossas percepções sensoriais!...

È esse imensurável e intangível poder, que aleatoriamente dimensiona nossas virtudes, nossos defeitos, nossos erros, nossos acertos, nossas verdades, nossas mentiras, nossos ódios, nossos amores, nosso saber, nossa ignorância!... Tornando-nos diferentes como indivíduos, não como “seres humanos”!...

Diante de tudo o que foi dito é o caso de se indagar: será que esses seres políticos ao demonstrarem ter suas “percepções” tolhidas pelas deficiências de suas naturezas, em seus “conscientes” devaneios de poder, perceberão os axiomas da ética, da razão e da lógica nessas relações?...
Se com a visão
Não vêem a névoa pestilenta
No caminho que trilham!...

Se com a audição
Não ouvem o farfalhar das notas
Que poluem suas éticas!...

Se com o tato não sentem
As mãos sujas, com as quais,
Selam seus atos de corrupção!...

Se com o paladar
Saciam-se nos banquetes abastados
Sem se lembrarem dos famintos!...

Se com o olfato não sentem
O cheiro nauseabundo do dinheiro
Que financia seus delírios de poder!...

Se suas “aleijadas percepções”
Não permitem que honrem
Aqueles de boa fé
Que acreditam nas suas mentiras!...

Estou convicto de que não perceberão... ...Mas, num futuro, que antevejo não muito distante, estarão sobre o “cepo da justiça do povo” e este lhes descerá o “cutelo da sabedoria coletiva” o que servirá para desmistificar as aleivosias que emanam de suas índoles e lá, então, estarão vergados às suas insignificâncias e não mais brandirão suas míseras e covardes mentiras ditas inteiras ou por meias verdades sobre os ouvidos dos desavisados, pois estes não lhes ouvirão mais!...

 Sentirão, isto é certo, o peso da história, que não falhará com sua inexorável verdade, pois o tempo, justiceiro implacável, haverá de subjugar suas pestilentas covardias quando, então, purgarão sob o jugo de suas consciências se essas ainda lhes restarem... ...e “àqueles” que lhes seguiram, nas míseras e covardes mentiras e meias verdades, reserve-se o mesmo fim!... Isto é da Lei!...

Portanto este é o momento de indagarmos: que “criaturas” imaginam eles que deveríamos ser considerando nossas individualidades na concepção ideológica, que pregam?...

A que grupo étnico pertenceríamos?
Qual deveria ser nosso idioma?
Quem deveria cuidar de nossas doenças?
Quem deveria produzir para nossas necessidades biológicas e sociais?
Qual deveria ser nossa crença, se a tivéssemos?
Seríamos bons ou maus?
Seríamos classe A, B, C, D, ...?...
Seríamos Banqueiros ou Bancários?
Seríamos Engenheiros ou Torneiros Mecânicos?
Seríamos Burgueses ou Plebe?
Seríamos pobres do Norte e Nordeste ou Elite do Sul e Sudeste?
Quem nos daria emprego?
Se com emprego seríamos patrões ou empregados?
Não prestaríamos contas de nossos atos?
Não teríamos responsabilidades coletivas?
Como seriam os acessos aos bens disponíveis?
Quem recolheria nossos lixos?
Quem abriria nossas covas?!...
...?...

Se souberem as respostas, que nos dêem, mas tão objetivamente quanto estão sendo formuladas, mas não esqueçam: é da natureza a lei que regula o equilíbrio entre as “ações e reações” e a utopia e o pragmatismo do ser humano.



Delmar Fontoura.


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