quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

As Ervilhas e a Prepotência.

Em meio a uma cansativa aula, dada por um,  conceituadíssimo, Engenheiro, Professor de cálculos estruturais, especialista em obras de arte viária, com carreira e fama internacional. Mas prepotente, egocêntrico e grosseiro no trato com seus discentes... ...Um dos alunos, não suportando mais a grosseria do mestre,  aproveitando uma pausa, levanta a mão e faz a seguinte indagação!...

– Professor, o senhor poderia, com todo respeito, responder...

 O Professor, estupidamente, interrompe o rapaz e, com soberba costumeira, vocifera:

– Em primeiro lugar, rapaz,  identifique-se; em minhas aulas não permito que me interrompam sem dizer por que o estão fazendo, muito menos sem se identificarem: quem é você? Que está cursando?

– Perdoe-me Professor não tive intenção de desrespeitá-lo nem muito menos de interromper a aula só pretendi identificar-me no fim, se errei na ordem de minha manifestação, reitero minhas desculpas: meu nome é Paulo e meu curso é o de Engenharia de estruturas. Responde o rapaz com calma e altivez:

– Pois bem!  Agora “eu” permito que conclua sua pergunta.

– Se de um saco de ervilhas verdes, procedente do maior produtor do país, grão de primeiríssima qualidade e destinado, exclusivamente, a exportação para a Europa, com lucro altíssimo,   retirarmos onze grãos, quantos grãos restarão no saco?

– Você está brincando comigo rapaz... ...como se atreve?

– Não professor! Seria incapaz de tal procedimento... A pergunta é séria e pertinente... ...por favor...

– Como poderei saber quantos grãos restarão no saco, essa pergunta é imbecil... ...por isso está sendo formuladda por um idiota!...

– Não é não Professor e é simples – Disse Paulo se encaminhando a lousa com permissão do Professor:

– Pois seguindo o "conceito" que o Senhor desenvolvia anteriormente e considerando que:

 Se retirarmos “11”  ervilhas do saco, o raciocício e a fórmula serão, 
 O total = T 
O resto = R
Foram retiradas 11 ervilhas
Teremos: T - 11 = R

 – É evidente que enquanto não contarmos as ervilhas não saberemos quantas sobrarão, mas estamos diante de um mestre – entatizou Paulo – e em uma aula de “cálculos”... ...Portanto... 

Seguiu-se um murmúrio, que traduzia a desagradável situação entre  um perplexo mestre e um altivo aluno...

O Professor, percebendo a gafe que cometera, num misto de encabulado e raivoso, sem saber o que dizer, saiu da sala, batendo a porta, estupidamente...

Moral da história: A prepotência e a soberba tolhem a capacidade do raciocínio lógico mesmo de um sábio...?...




Delmar Fontoura.

Um comentário:

  1. Márcia Barcellos da Cunha8 de dezembro de 2011 às 15:29

    Delmar Fontoura,

    Não podemos deixar que a erva daninha tome conta...Infelizmente, ainda carregamos muitos defeitos em nosso coração. É preciso olhar para dentro de nós, e não procurar tantos defeitos nos outros, não? Obrigada. Abraços. Márcia

    ResponderExcluir