Aos meus queridos: filha Maria Alice; sobrinho
Derli e amiga Márcia...
Esta é a expressão estética de meus sentimentos, que, em forma de poesia, viaja “entre as pontas do meu tempo na eternidade”, pois esse é o refúgio para meu ser espiritual... ...é através dela, Poesia, que me liberto das amarras da razão, quando recolhido à realidade do “naturealista” que sou.
É com a liberdade da Poesia, que meu pensamento, como um Corcel alado e selvagem, na soberba de sua indomável rebeldia, voa sobre mares, nuvens, bosques, pradarias, colinas, trigais e jardins em manhãs de orvalhos serenados, rumo ao infinito e vai tão longe, corcoveando, que chegará o dia em que ultrapassará meu espaço e tempo e espalhará, com suas asas, o pó, que sobrar de mim e tiver sido levantado por seu tropel.
Mas, um pouco além, no inexorável desse espaço e tempo, já me encontrarei na irreversibilidade do eterno, enquanto o Corcel, já tendo ultrapassado os meus, ultrapassará, também, os seus limites de um selvagem… ...quando... …passando do voo ao galope... ...e deste ao trote trôpego… …tombará inerte!… Estará, então, cumprida minha jornada.
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Mas Bentinho não era nem primeiro nem segundo de nossos primos... ...é um personagem de ficção recolhido num dos voos desse “Corcel”... ...o resto, Maria Alice e Derli, vocês conhecem, mas à amiga Márcia eu digo quem eram e as outras recordações:
Maninha foi uma de minhas amadas e saudosas irmãs; Clô foi a outra incumbida de ser também madrinha.
Quinota... ...foi minha mãe Maria/Minha primeira paixão/Fiquei órfão de Maria./Folha ao vento no chão!...
Bolacha de Marinheiro era meu idolatrado Pai Dorval que comprava para eu degustar com café com leite...
A Maria-Fumaça, seus Piuíííííís!... Seus Tchucs!... Tchucs!... Os estalidos das rodas de ferro sobre as junções dos trilhos... O Cheiro do carvão de pedra queimado... A curva, onde os vi pela última vez, é do Chão onde nasci... ...minha Santa Maria da Boca do Monte.
Perdoem, mas a emoção não me permite continuar...
Um Beijo:
À filha Maria Alice; ao sobrinho Derli Baltasar e à amiga Márcia Barcellos.
Delmar Fontoura.
Amigo Delimar,
ResponderExcluirNão há coração que aguente tanta emoção. Recordar aspectos de nossa vida e de familiares é sem dúvida provocar lágrimas de saudade, alegria e gratidão. Continue o bonito texto, dividindo com seus leitores toda emoção que vai dentro de seu coração de poeta. Grande abraço. Márcia