As sociedades surgiram a partir de grupos primitivos de seres humanos com seus costumes originais, que foram embrião de suas culturas e nascedouro da sociedade natural. Quando essa “sociedade” evoluiu para se organizar, constituindo-se em Estado como ente isolado e onipotente, mantendo a idéia do paternalismo primitivo é que, naturalmente, surgiram as comunas subjugadas, com a distorção do agente orgânico dominador, herança do chefe primitivo, avocando para si o falso dever – se falso é poder – do protecionismo, condição que substituiu o lider natural.
Ora! Se os primórdios da sociedade tiveram origem a partir
do princípio da natureza orgânica do agente antropológico – o ser humano – não
do ordenamento do estado constituído, conclui-se que este serve, apenas, como
invólucro das sociedades modernas. Portanto, seus agentes gestores devem
subordinar-se à sociedade não esta a eles como se fosse uma Monarquia autocrática apelidada
de Democracia.
Não podemos mais admitir a ambiguidade dominadora da centralidade
de poder como princípio e esquecermos que a tendência às políticas de objetivos
sociais é polissêmica e aponta para todos os quadrantes desses objetivos,
constituindo-se, como a “Rosa das ideologias”, formando uma contradição aos
fundamentos naturais da organização social, pois enquanto esta é a “base para o
desenvolvimento e harmonia da sociedade moderna”, a polissemia dos interesses,
representada por essa “Rosa”, é a natureza do ser antropológico interagindo na
sociedade que, embora suporte moderação, não permite freios a esse
princípio...
A maioria dos pensadores sociais sempre teve grandes idéias
ou idéias grandes, mas isoladas e eivadas de personalismos, esquecida de que a
sociedade natural se fundamenta em “princípios, também, naturais”, que vão aos poucos se consolidandos
na sociedade moderna.
É essa distorção que abriga os equívocos da convivência em sociedade
onde prevalece o egocentrismo do ser humano com efeito contrário ao do
agregador nas tentativas que se faz para consolidar a harmonia, que só poderá
ser alcançada a partir do ordenamento consuetudinário dos “instintos
primitivos”, pois é esse desequilíbrio de forças antagônicas que agregam e
desagregam e é próprio da natureza humana. Mas não se pode admitir, nessa premissa,
que o personalismo se sobreponha à polissemia do interesse social, impedindo
que o Estado, puro e ético, seja seu verdadeiro guardião e moderador.
Sabemos que a plenitude de uma sociedade é uma utopia. Não
devemos desperdiçar nosso tempo em busca do Jardim do Éden, mas a harmonia
social deve ser buscada e, constantemente, aperfeiçoada para satisfação e
equilíbrio entre esses instintos gregários e ao mesmo tempo dominadores do ser
antropológico, pois isso é um legado da sociedade natural, mas está mais do que
provado que não é privilegiando segmentos do Estado, principalmente, quando ele
se constitui como uma Monarquia autocrática apelidada de Democracia, que o atingiremos.
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