domingo, 23 de fevereiro de 2014

A Ética dos Covardes


Os argumentos arrolados nas Representações em defesa de José Dirceu (PT); José Genoíno (PT)  João Paulo Cunha (PT); Delúbio Soares (PT);   na Ação Penal 470, (Mensalão) não se coadunavam com o “regramento jurídico” que motiva os Ministros do Supremo ao examinarem esse processo de desmesurado desvio ético, que contraria todos os princípios estabelecidos na Lógica da Constituição.

Fossem esses crimes de fórum estritamente político, como tentam convencer seus autores, mesmo assim teriam suas origens em um “improbus litigator”... ...Portanto, em qualquer dos fóruns, foram “homônimos nas origens de seus atos infracionais” se caracterizando como inconsistentes já em suas essências.

A subjetividade nas argumentações das defesas (representativas ou políticas) enseja-me contra-argumentar a favor da veracidade dos fatos evidenciados, o que faço como dever, prioridade do meu direito, enquanto cidadão, que consubstanciam meus deveres “cívicos”. Portanto, como o poder emana do povo, estou fazendo uso de“1/190 milhões de avos” de minhas prerrogativas como ente social!...

Penso que a gravidade dos atos ilícitos cometidos pelos réus, agentes políticos ou não, têm o agravante do “peculato”: que esses transgressores cometeram, pois estavam investidos como representantes de Poderes da República e se subordinavam a uma gradação de importância que exigia a fidelidade às normas que regiam suas condutas em obediência ao Decoro de seus cargos e ou mandatos.

Naquele espaço de tempo, em que se configuraram os ilícitos, todos estavam investidos em cargos públicos do Executivo ou eram mandatários em dois dos três Poderes consagrados pela República Federativa do Brasil, com relações independentes, mas harmonicamente estabelecidas na Constituição.

Ao tempo em que permaneceram como Deputado, Ministro e Presidente de uma das casas do Congresso, no “interstício intertemporal”, ou seja: ao tempo durante o qual praticavam seus “atos”, vigiam as normas de conduta ética das Casas a que serviam e ou pertenciam, decorrendo dessa relação não um abono, mas sim um desabono agravando suas condutas...

Podemos inferir a partir da condição explicitada acima que o trânsito desses deputados pelos poderes da República, influenciando ou sendo influenciados pelos réus civis, os afastou do dever de manter: A Correção moral; a compostura, a decência, a dignidade, a nobreza, a honradez e o pudor ético, que são as essências do DECORO, estivessem eles onde estivessem, fosse qual fosse a “Entidade Pública” que estivessem representando; em qualquer dimensão do espaço e do tempo político!...

Por essas razões é que não posso aceitar que esses réus civis, mas principalmente, os Detentores de cargos, funções ou mandatos públicos, estejam agora alegando estarem sendo injustiçados! Como? E a sociedade onde fica nessas alegações de injustiça?... ...E os Silvestres, as Marias e suas Crias (sic)!?...

Embora reconhecendo seus direitos, não posso deixar de lembrar-lhes, que enquanto se defendem da corrupção que praticaram, milhares de Silvestres, Marias e suas Crias mínguam na miséria sem os recursos que desviaram... ...até porque, voluntariamente, jogam fora suas liberdades em troca não só buscando impunidade, mas, também, da de seu messiânico preceptor "Lula e um séquito de aloprados seus seguidores", que não foram arrolados nesse processo... ...Não! Não posso aceitar. Ninguém obrigou a se embrenharem nessa nem tão bem contada aventura... ...Quando se propuseram a tal, sabiam do " bônus e do ônus"...

Por que, enquanto puderam, com toda a liberdade que tinham e com "a faca e o queijo na mão" junto com Lula, Dilma, PT e àqueles que subornaram, através da compra de votos, nos dez anos de seus mandatos, não promoveram a redenção dos milhares de "Silvestres, de Marias e de suas Crias"? Por quê?... ...Eu lhes digo o porquê: a resposta está no motivo pelo qual foram condenados!...

E ainda manifestam o despudor de não aceitarem uma decisão da instância maior da JUSTIÇA e, como num derradeiro escárnio, querem “adjungir para si a última palavra da Lei”... ...Como admitir tal decadência moral quando já foram condenados:

por Corrupção ativa;

por Corrupção passiva;

por Evasão de divisas;

por Gestão fraudulenta de instituição financeira;

por Lavagem de dinheiro;

por Formação de Quadrilha ou bando;

por Peculato?

 

Ora! A verdadeira ‘aporia’ não se encontra no texto constitucional, mas no fato de terem subornado os congressistas para que votassem segundo suas intenções de se apoderarem das instituições e agora reivindicam o direto da palavra final sobre o destino dos condenados? Não é nem a lógica que prova o contrário, mas os fatos.

Custa-me crer que, agora, reivindiquem esses direitos para si, se não souberam respeitar os direitos do coletivo social; se soubessem não defenderiam direitos escusos de uma “grei”, que: para a sociedade, aparenta, subliminar e sub-repticiamente, ser representante do supremo bem, mas fundamenta-se em um surrealismo maquiavélico para maximizar o que apresenta como sendo suas virtudes e minimizar o que admite serem seus defeitos. Em contrapartida “sataniza” seus adversários políticos como se fossem inimigos pessoais, quando, desses, maximiza o que atribui serem defeitos e minimiza virtudes... ...a ponto de propor suas extinções sumárias!...

Ainda têm o despudor de reivindicar direitos esquecendo-se das famílias que poderiam ter sido retiradas da miséria se não tivessem roubado R$ 350.000.000, segundo declaração de Marcos Valério, ou R$ 150.000.000 comprovados no Processo!...

Ao invés de seus libelos deveriam estar se penitenciando diante desses milhões de desamparados pelo status Neolulopetista, que representam!... ...Esses Silvestres, essas Marias e suas crias, que deixaram em falta:

- não moram, habitam;

- não se alimentam, mitigam a fome;

- não se deslocam, migram;

- não são consultados, são benzidos;

- não tomam medicamento, bebem chá;

- não usam linimento, usam “ventosas” (*);

- não procriam, multiplicam;

- não “constam”, pois não são contados;

- que Deus os tenha, porque não têm deus;

- não são “Silvas” porque não são “iguais”.

- não são “iguais” nem na morte porque começam a ser consumidos pelos “vermes do descaso” ainda em vida!...

 

Não, “senhores réus”! Não posso admitir, como cidadão, seus libelos de inocência porque suas culpas são cruéis demais abalizando suas sentenças e invalidando seus clamores... ...Por que, agora, na hora da verdade, se acovardam?...

 

Delmar Fontoura

 

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