A
respeito de nossa Democracia tenho convicções firmadas.
A
primeira é uma síntese que descreve o caminho da Sociedade Natural a Moderna,
nos dando uma pequena ideia das origens e formação de nossa sociedade.
A
segunda aborda o terrível engano que dominou o pensamento político na década de
noventa, me levando a raciocinar sobre as causas das frágeis e desvirtuadas
democracias Latino-americana, banalizadas pelos interesses e tendenciosidade da
mídia e dos agentes políticos que passaram a conviver em promiscuidade!...
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I - Da
Sociedade Natural a Moderna.
A
Antropologia, no Campo do comportamento humano, estuda o indivíduo enquanto
evolui e interage, através de suas ações e reações no tempo e no espaço — seu
universo — limitados por sua compreensão. Mas ocorre que essas dimensões são
infinitas, razão dos mistérios e dos conflitos desse homem com a Natureza e
consigo mesmo e isso é tão real que está acima ou além do que afirmam os ramos
do pensamento filosófico... ...Mas para o “bem social” precisamos avançar nessa
compreensão.
Em
princípio as sociedades, através do Estado, estabelecem limites entre o bem e o
mal imanentes do caráter, muitas vezes extrapolando a ponto de limitá-los a
conceituação maniqueísta, admitindo imperfeição no comportamento do “ser
humano”, quando deveriam “regular a perfeição”, que rejeitam por não a
compreender... ...Se não aceitamos as ações e reações do “ínfimo”, que somos
nós interagindo! Como vamos aceitar e harmonizar a interação da evolução do
“todo”, que é o “Universo em que vivemos”?...
Precisamos
entender que as sociedades surgiram a partir de grupos primitivos de seres
humanos com seus costumes e necessidades originais, que foram o embrião das
culturas e o nascedouro da sociedade natural. Quando essa “sociedade” evoluiu
para se organizar, constituindo-se em Estado como ente isolado e onipotente, formando
o arcabouço do patriarcalismo primitivo é que, naturalmente, surgiram as
comunas subjugadas, com a distorção do agente orgânico dominador, herança do
líder primitivo de grupos humanos, avocando para si o falso dever – se era
falso era poder – do protecionismo das massas, que se transformou em “populismo
dominador”, que apelidamos de Socialismo, condição que substituiu aquele líder
natural com todas as distorções do egocentrismo, que hoje sabemos ser a
essência da psicopatia.
Ora! Se os
primórdios da sociedade tiveram origem a partir do princípio da natureza
orgânica do agente antropológico — o ser humano — não do ordenamento do estado
constituído, conclui-se que este serve apenas como invólucro das sociedades
modernas. Portanto, seus agentes gestores devem subordinar-se à sociedade não
esta a eles como em uma Monarquia autocrática apelidada de Democracia.
Não
podemos mais admitir a ambiguidade dominadora da centralidade de poder como
princípio e esquecermos que a tendência às políticas dos objetivos de interesse
social é polissêmica e aponta para todos os quadrantes desses objetivos,
configurando-se na “Rosa das ideologias”, contradição natural aos fundamentos
da organização social, pois enquanto esta é a “base para o desenvolvimento da
sociedade moderna”, a polissemia dos interesses sociais é a natureza do ser
antropológico interagindo na sociedade, que, embora suporte moderação visando harmonia,
não permite freios aos seus princípios...
A maioria
dos pensadores sociais sempre teve grandes ideias ou ideias grandes, mas
isoladas e eivadas de personalismos, esquecida de que a sociedade natural se
fundamenta em “princípios, também, naturais”, que vão aos poucos se
consolidando e harmonizando na sociedade moderna.
Mas quando
prevalece o egocentrismo do ser humano com efeito contrário ao do agregador da
origem grupal primitiva é que falham as tentativas que se faz para consolidar
essa tão contraditória e buscada harmonia, que só poderá ser alcançada a partir
do ordenamento consuetudinário dos “instintos primitivos”, mas esse
desequilíbrio antagônico é natural, mas não admiti que o personalismo se
sobreponha à polissemia do interesse social, impedindo que o Estado, com alma pura
e ética, seja seu verdadeiro guardião e moderador.
Portanto,
os agentes pensadores desse Estado devem partir do princípio de que a plenitude
de uma sociedade é uma utopia. Não se devem desperdiçar “os tempos do Estado”
em busca do Jardim do Éden, mas sim à busca constante da satisfação e
equilíbrio entre os instintos gregários e dominadores do ser antropológico,
pois isso é um legado da sociedade natural. Mas está mais do que provado que
não é privilegiando segmentos do Estado, principalmente, quando ele se
constitui como uma Monarquia autocrática apelidada de Democracia, que o
atingiremos.
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II - A
Democracia Latino-americana.
Esse tema
é recorrente e demonstra as causas do estus do momento político vivido na
América Latina e, que nos interessa, no Brasil, de onde obtemos a compreensão
contida no visionismo anacrônico que paira latente sobre as pseudodemocracias
da América Latina após:
- O
movimento civil reivindicando eleições diretas (Diretas Já), l983-l984;
- A
reunificação das Alemanhas simbolizada pela queda do Muro de Berlim em l989;
- O fim da
Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, que durara de l945 a l991.
Nesse
ínterim houve utópicas tentativas de realinhamento das correntes políticas sem
que ainda estivessem curadas as feridas dos processos de sua libertação do jugo
da Espanha, que coincidiu e influenciou a chamada “Guerra de Independência da
América Latina” e “a Independência do Brasil”, por suas motivações, além do
fato de Cuba e Porto Rico terem permanecido sob domínio espanhol até à Guerra
Hispano-Americana em 1898.
As Ideias
nascidas de já necrosadas escaras, prevaleceram por pouco tempo, pois as
tendências estavam apenas em estado latente, mas não enfraquecera, envoltas nos
mantos do MERCOSUL e da também utópica — falsa em sua essência — globalização
econômica que aflorava apontando, também, falsos realinhamentos políticos em
que diziam não haver clima para ditaduras... ...Ledo engano! Os analistas e
pensadores se esqueceram de dois fundamentos: a “Natureza universal” e o “ser
sócio-antropológico títere do primeiro”, que caracteriza o latino americano.
Constatava-se,
ao mesmo tempo, que, ao contrário do que se pensara sobre essa equivocada
convicção política, permaneciam atuantes mentes doentias como a de Fidel Castro
e surgiam outras como: as de Lula, de Ugo Chaves, de Evo Morales, de Cristina,
de Zelay, todos representantes de um “neolateralismo autocrático” como se o Dr.
Frankstein tivesse usado partes dos corpos e dos cérebros maquiavélicos de
Hitler, Stalin e Lenim e os corações de “Mau Tse-tung” e “Pol Pot”... ...e...
...se alma tivessem seria a de Satanás!
Mas esse
processo é “moto perpétuo”, só se enquadrou às exigências modernas, portanto,
não nos equivoquemos pela segunda vez. O “statu quo” da política no Brasil, é
exemplo claro desse equívoco. O gene de Hernán Cortés permanece latente no
pensamento político do “Latino-Americano...”, não há espaço, nesses corações
empedernidos, para admitiram estados éticos com democracias autênticas!...
Delmar Fontoura
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