terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Da Sociedade Natural a Democracia Latino-Americana.




A respeito de nossa Democracia tenho convicções firmadas.
A primeira é uma síntese que descreve o caminho da Sociedade Natural a Moderna, nos dando uma pequena ideia das origens e formação de nossa sociedade.
A segunda aborda o terrível engano que dominou o pensamento político na década de noventa, me levando a raciocinar sobre as causas das frágeis e desvirtuadas democracias Latino-americana, banalizadas pelos interesses e tendenciosidade da mídia e dos agentes políticos que passaram a conviver em promiscuidade!...
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I - Da Sociedade Natural a Moderna.

A Antropologia, no Campo do comportamento humano, estuda o indivíduo enquanto evolui e interage, através de suas ações e reações no tempo e no espaço — seu universo — limitados por sua compreensão. Mas ocorre que essas dimensões são infinitas, razão dos mistérios e dos conflitos desse homem com a Natureza e consigo mesmo e isso é tão real que está acima ou além do que afirmam os ramos do pensamento filosófico... ...Mas para o “bem social” precisamos avançar nessa compreensão.
Em princípio as sociedades, através do Estado, estabelecem limites entre o bem e o mal imanentes do caráter, muitas vezes extrapolando a ponto de limitá-los a conceituação maniqueísta, admitindo imperfeição no comportamento do “ser humano”, quando deveriam “regular a perfeição”, que rejeitam por não a compreender... ...Se não aceitamos as ações e reações do “ínfimo”, que somos nós interagindo! Como vamos aceitar e harmonizar a interação da evolução do “todo”, que é o “Universo em que vivemos”?...
Precisamos entender que as sociedades surgiram a partir de grupos primitivos de seres humanos com seus costumes e necessidades originais, que foram o embrião das culturas e o nascedouro da sociedade natural. Quando essa “sociedade” evoluiu para se organizar, constituindo-se em Estado como ente isolado e onipotente, formando o arcabouço do patriarcalismo primitivo é que, naturalmente, surgiram as comunas subjugadas, com a distorção do agente orgânico dominador, herança do líder primitivo de grupos humanos, avocando para si o falso dever – se era falso era poder – do protecionismo das massas, que se transformou em “populismo dominador”, que apelidamos de Socialismo, condição que substituiu aquele líder natural com todas as distorções do egocentrismo, que hoje sabemos ser a essência da psicopatia.
Ora! Se os primórdios da sociedade tiveram origem a partir do princípio da natureza orgânica do agente antropológico — o ser humano — não do ordenamento do estado constituído, conclui-se que este serve apenas como invólucro das sociedades modernas. Portanto, seus agentes gestores devem subordinar-se à sociedade não esta a eles como em uma Monarquia autocrática apelidada de Democracia.
Não podemos mais admitir a ambiguidade dominadora da centralidade de poder como princípio e esquecermos que a tendência às políticas dos objetivos de interesse social é polissêmica e aponta para todos os quadrantes desses objetivos, configurando-se na “Rosa das ideologias”, contradição natural aos fundamentos da organização social, pois enquanto esta é a “base para o desenvolvimento da sociedade moderna”, a polissemia dos interesses sociais é a natureza do ser antropológico interagindo na sociedade, que, embora suporte moderação visando harmonia, não permite freios aos seus princípios...
A maioria dos pensadores sociais sempre teve grandes ideias ou ideias grandes, mas isoladas e eivadas de personalismos, esquecida de que a sociedade natural se fundamenta em “princípios, também, naturais”, que vão aos poucos se consolidando e harmonizando na sociedade moderna.
Mas quando prevalece o egocentrismo do ser humano com efeito contrário ao do agregador da origem grupal primitiva é que falham as tentativas que se faz para consolidar essa tão contraditória e buscada harmonia, que só poderá ser alcançada a partir do ordenamento consuetudinário dos “instintos primitivos”, mas esse desequilíbrio antagônico é natural, mas não admiti que o personalismo se sobreponha à polissemia do interesse social, impedindo que o Estado, com alma pura e ética, seja seu verdadeiro guardião e moderador.
Portanto, os agentes pensadores desse Estado devem partir do princípio de que a plenitude de uma sociedade é uma utopia. Não se devem desperdiçar “os tempos do Estado” em busca do Jardim do Éden, mas sim à busca constante da satisfação e equilíbrio entre os instintos gregários e dominadores do ser antropológico, pois isso é um legado da sociedade natural. Mas está mais do que provado que não é privilegiando segmentos do Estado, principalmente, quando ele se constitui como uma Monarquia autocrática apelidada de Democracia, que o atingiremos.

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II - A Democracia Latino-americana.

Esse tema é recorrente e demonstra as causas do estus do momento político vivido na América Latina e, que nos interessa, no Brasil, de onde obtemos a compreensão contida no visionismo anacrônico que paira latente sobre as pseudodemocracias da América Latina após:
- O movimento civil reivindicando eleições diretas (Diretas Já), l983-l984;
- A reunificação das Alemanhas simbolizada pela queda do Muro de Berlim em l989;
- O fim da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, que durara de l945 a l991.
Nesse ínterim houve utópicas tentativas de realinhamento das correntes políticas sem que ainda estivessem curadas as feridas dos processos de sua libertação do jugo da Espanha, que coincidiu e influenciou a chamada “Guerra de Independência da América Latina” e “a Independência do Brasil”, por suas motivações, além do fato de Cuba e Porto Rico terem permanecido sob domínio espanhol até à Guerra Hispano-Americana em 1898.
As Ideias nascidas de já necrosadas escaras, prevaleceram por pouco tempo, pois as tendências estavam apenas em estado latente, mas não enfraquecera, envoltas nos mantos do MERCOSUL e da também utópica — falsa em sua essência — globalização econômica que aflorava apontando, também, falsos realinhamentos políticos em que diziam não haver clima para ditaduras... ...Ledo engano! Os analistas e pensadores se esqueceram de dois fundamentos: a “Natureza universal” e o “ser sócio-antropológico títere do primeiro”, que caracteriza o latino americano.
Constatava-se, ao mesmo tempo, que, ao contrário do que se pensara sobre essa equivocada convicção política, permaneciam atuantes mentes doentias como a de Fidel Castro e surgiam outras como: as de Lula, de Ugo Chaves, de Evo Morales, de Cristina, de Zelay, todos representantes de um “neolateralismo autocrático” como se o Dr. Frankstein tivesse usado partes dos corpos e dos cérebros maquiavélicos de Hitler, Stalin e Lenim e os corações de “Mau Tse-tung” e “Pol Pot”... ...e... ...se alma tivessem seria a de Satanás!
Mas esse processo é “moto perpétuo”, só se enquadrou às exigências modernas, portanto, não nos equivoquemos pela segunda vez. O “statu quo” da política no Brasil, é exemplo claro desse equívoco. O gene de Hernán Cortés permanece latente no pensamento político do “Latino-Americano...”, não há espaço, nesses corações empedernidos, para admitiram estados éticos com democracias autênticas!...

Delmar Fontoura 

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