quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Minha Carta aos Congressistas.


 
Quem irá tirá-la dai?...


Senhores Congressistas! 

A Câmara deveria ser a Casa do Povo; o Senado deveria representar a essência da forma Republicana Federativa; o Executivo deveria ser o executor da vontade do Povo; o Judiciário  deveria ser o garantidor dos direitos e deveres da sociedade, mas não são nem uma coisa nem outra! Eu sei, Vossas Excelências sabem e as outras Casas do Governo, também, sabem. Faço, então, a indagação a Vossas Excelências: se o Congresso “vergado sob o taco” do Executivo e, ambos, infiltrados no Judiciário conseguem amordaçar parte da imprensa com a moeda de troca da política que praticam! Quem defenderá a Sociedade, o Povo, a Nação?!... 

Não nos enganemos, Excelências, com meias palavras, pois o Executivo, através do "Peteísmo", já subordinou as outras Casas do Governo, além de outras Instituições que detêm poder de influência e domínio sobre a Sociedade, “fazendo com que forças sócio-econômico-políticas se coloquem acima de nosso controle individual, tomando e exercendo o poder de modelar nossas vidas (Sartre)”. 

Espero que percebam, neste “manifesto”, minha indignação em defesa pessoal, de “meus filhos, de meus netos” e do restante da Sociedade. Vossas Excelências têm o nato dever social inerente aos seus cargos e é possível que, também, tenham “filhos e netos”, “o que esperam legar a eles”. 

Espero, ainda, que o texto abaixo não seja entendido como grosseria, não é o meu objetivo, mas como o manifesto de minha indignação a quem de direito!... 

   
Os Aspectos Antropológicos do Exercício Político!

 
Os preceitos teóricos e práticos da Ciência Política não conseguem mais explicar a conduta dos agentes (salvo honrosas exceções) que dizem exercer política no Brasil. Por quê? Por que não exercem!... O que praticam é algo que só pode ser explicado pelos Ramos da Antropologia, que descrevem os homens segundo as características identificatórias de suas relações: social, humana e natural, propondo conhecê-los segundo: seus costumes, suas crenças, seus comportamentos (inclusa a essência do decoro) e a forma como se organizam. Sob esta égide observa-se que esses agentes não se dedicam mais à lide por ideologia ou pela representação do coletivo que tais cargos ou funções exigem. 

 O que verificamos, na realidade, é a total inversão de valores, pois quando deveriam estar prestando serviço à sociedade, esta que lhes é servil compulsoriamente arcando com os custos: material, financeiro e moral, decorrentes desta situação anômala, ou seja, pagamos (por vias transversas) regiamente para eles postularem um “emprego” e para mantê-los empregados, sem a contrapartida a nosso favor. 

As vocações e ambições desses agentes se concentram nas oportunidades que vislumbram ao postularem funções ou cargos públicos. Uma vez atingidos seus objetivos, iniciam os conchavos em busca da formação de “quadrilhas” com seus pares ou com representantes das outras casas dos Governos, visando obterem benefícios “pecuniário e ou benesses imorais”. Muitas das vezes, mancomunam com grupos extragoverno que gravitam os “palácios” em busca de “favores” ou de lucros ilegais e exorbitantes para si ou para corporações que representam. 

Os políticos atuais renegam o dever da autocrítica como lema para frear o egocentrismo de suas personalidades, se não renegassem somariam a favor do bem comum que deveria ser o objeto dos seus ideários no exercício da política tradicional. 

 Deveriam, também, criarem as Leis, os Regulamentos e as Regras comportamentais que propiciassem a coexistência social pacífica, mas não o fazem, pois sabem, que se assim procedessem, teriam que se sujeitar rigorosamente a elas. 

A lei natural impede que o “ser político corrupto” aja como “ser social ético”, por que, a priori, esta virtude já não consta dos seus genes como “ser humano”, pois o exercício do “pudor político” requer interações de mesma índole.  

Sabemos que a realidade é muito mais grave, não há mais limites, pois o que chega ao nosso conhecimento representa, apenas, a parte do “iceberg” que esta acima da linha, o outro 90% esta na “Fossa Abissal” do mar de lama que grassa nos bastidores das Casas do Governo, afogando as esperanças do povo no sentido de consolidar a “Democracia”! 

A corrupção transformou-se num “câncer que esta alastrando suas metástases” a todos os segmentos da sociedade. Ela causa e causará tanto mal, por tantos ou mais anos, a semelhança dos males causados pelos “anos de exceção que vivemos no Regime Militar”. Chegamos ao ponto em que: ou corta-se agora a evolução desse mal ou nos restará somente esperarmos que ele comesse a nos consumir!... Não esqueçamos que todos nós seremos consumidos, ele não fará distinções!... 

 A mídia, salvo honrosas exceções, comprometida pelas pressões, através das “contas de publicidade e de outros favorecimentos”, nada vê, nada ouve... A que vê, é míope, só vê parte das verdades e o que lhe interessa!... Já deixou, há muito tempo, de ser independente!... É o caso de indagarmos: que diferença esta situação faz da censura  explícita?... 

O Povo, que sempre contou com “essa mídia”, está sem sua arma e “em estado catatônico”, conseqüência dos “choques” provocados pelas mentiras e meias verdades, amordaçado, salvo aqueles esclarecidos que distinguem o joio do trigo!... 

A dignação diante desses fatos, somente, enfatiza a “omissão” e a “conivência” dos que assim procedem, pois: serão igualmente indecorosos os desonestos e aqueles que, em se dizendo honestos são, na realidade, indiferentes à desonestidade e passam a conviver “mansamente” com ela!... 

A oposição amordaçada transformou-se, tristemente, em agente passivo do chantagismo, confirmando a máxima de que “os homens ou são aliciados ou aniquilados... (Maquiavel)”. Já os partidos que reagem não têm expressão nem força política para se fazer ouvir. Esse “status” demonstra que já, descaradamente, rasgaram a Lei Maior evidenciando escárnio para com a sociedade!...  

Penso que estamos passando por uma transição social através da qual tendemos a assumir uma cultura de “sociedade de corruptos”?...  

Esta é a hora em que vejo somente dois caminhos a seguir na história política do País; a maioria dos políticos já tomaram um desses e percebe-se que não foi aquele em que estão presentes: a Correção Moral, a Compostura, a Decência, a Dignidade, a Nobreza e o Pudor Ético, essências do “Decoro” em qualquer Dimensão do Tempo e do Espaço Político. 

É tempo, portanto, para que os poucos “homens de bem” do Governo (três Casas) decidam em qual desses caminhos querem deixar suas pegadas, pois esses caminhos constituirão, no futuro, o “Sítio Arqueológico na História da Política do País”!...  

Enfim não esqueçamos que é da Natureza a inexorável Lei que regula o equilíbrio entre as ações e reações dos seres humanos. Alertemo-nos, portanto, para o fato de que o Povo, em algum momento, vai adquirir consciência dessa verdade absoluta e saberá encontrar forças individuais e coletivas para exercer o pleno, só não sei se democrático, direito à “reação”, agora só nos resta ficar alertas para essa realidade!...         
                             

  Delmar Fontoura.  
 
 

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