A busca de uma vida digna é um direito do
cidadão enquanto indivíduo, mas passa a ser um dever quando ele estiver
investido na condição de responsável por um coletivo social, tais como: a
Célula Familiar, a Rua, o Bairro, o Distrito, o Município, o Estado Simples, o
Estado Federal, uma fração destes ou uma Entidade de Direito Privado.
Quando for um dever não é necessário que esse ente social seja radical
nem persiga objetivos imponderáveis, deve agir naturalmente sem posicionar seus
ideais a partir de “premissas de agremiações partidárias”, pois suas ações,
independentemente de sua vontade, irão interagir na sociedade como fenômenos
políticos decorrentes de forças orgânicas com suas próprias estratificações,
segundo as leis naturais que as regem e de onde se originam os vínculos “jurídico-políticos”
decorrentes dessa interação social da qual ele é agente natural.
Quando esse agente social for um agente público ele não deve se
auto-intitular detentor de fórmulas mágicas ou buscar panacéias para solucionar os
problemas decorrentes da gestão da “coisa pública” ou de uma representação do
Povo. Suas ações políticas devem se restringir a participação partidária, onde,
aí sim, ele poderá defender princípios que compatibilize seus pontos de vista,
nascedouros ideológicos do bem público, pois o ente político sempre será um agente
dessas leis naturais, precisando empenhar-se para compreendê-las.
Deve, através da autocrítica, frear o
egocentrismo de sua personalidade; despojando-se do hedonismo de suas vaidades,
procurando primeiro ouvir, depois falar, para somar a favor do bem comum que
deve ser seu objetivo primordial.
Deve
saber que não existem verdades absolutas e que suas verdades serão sempre
relativas à capacidade que tiver para entender: os outros, a si mesmo, a
natureza e os fenômenos desta, pois mesmo os “deuses” são verdades relativas! O
verdadeiro saber não se resume ao conhecimento das verdades absolutas, mas em
entendermos as complexas verdades relativas. A ausência dessa compreensão é
sempre motivo de rejeitarmos “aquilo” que não temos capacidade de entender.
Abro aspas - Está provado que é no útero
materno, através dos sentidos, que obtemos as primeiras informações sobre o
ambiente em que vivemos, que somadas às obtidas no restante de nossas vidas,
serão codificadas em regiões específicas do nosso cérebro, desenvolvendo e
aperfeiçoando nossa: visão, audição, paladar, tato e olfato; segundo o grau de
compreensão próprio de nossa “individualidade”.
Isso, no entanto, não significa tudo,
pois a magia da natureza dota o ser humano com inatas “diferenças” que o
caracteriza como indivíduo e lhe possibilita desenvolver mais ou menos essas
percepções que, ao longo de sua existência, serão decodificadas forjando o
caráter de cada um, para que, através deste, passe a assumir: seus erros, seus
acertos, suas virtudes, suas vilanias, suas verdades, suas mentiras, seus ódios
e seus amores...
É essa Engenharia que nos permite
perceber o quanto há de diferença em nossas semelhanças como seres humanos, pois,
embora nossa estrutura biológica de condições de perceber o que nos rodeia,
é o seu “intangível” – o sexto sentido – que desenvolve uma capacidade imensurável,
resultado do grau de desenvolvimento de nossas percepções: QI.
- Os
que atingem um grau elevado são os Gênios, que transitam entre o bem e o mal...
- Os
com percepções medianamente desenvolvidas: são os mais equilibrados nas
relações com a natureza, moderam-se na coexistência entre o bem e o mal...
- Já os que têm essas mesmas percepções
pouco ou não desenvolvidas são os portadores de deficiências psíquicas,
incapazes de perceberem diferenças entre as verdades absolutas e as relativas
na coexistência com a natureza e com a sociedade.
Mas
há outro grupo onde estão os “psicopatas” aos quais se somam os que, conscientemente, se
comportam como “incapacitados mentais” para interagirem e transitarem no
submundo entre o bem e o mal...
Esses
princípios são a prova de que o “ser social corrupto” nunca vai agir como “ser
político ético”, pois, a priori, essa virtude já não consta na gênese do seu
caráter como “ser humano”!
Mas atenção! Esse Bem e esse Mal a que me
refiro, não são aqueles da doutrina maniqueísta, mas sim os da bondade e da
maldade imanentes da formação do caráter desse ser social. Portanto, àqueles
inconscientes, que convivem na zona entre o real e o imaginário e integram ou
beiram um estado psíquico anômalo, devemos consignar o benefício considerando
seus estados. Mas aos que, conscientemente, transitam nessa mesma “zona”, se
deve aplicar o mais alto rigor da Lei Maior, sem benefícios ou perdões. Mas não nos
esqueçamos de que ambos são “coexistentes” perante o Ordenamento do Estado!...
Fecho aspas.
Esses são os princípios, fundamentais,
pelos quais o homem público deve “despojar-se de sua individualidade em favor
do coletivo” empenhando-se em criar as regras comportamentais para a
coexistência pacífica da sociedade, sujeitando-se vigorosamente a elas através
das quais deve, também, explicitar e comungar suas Idéias sem Sectarismos, onde
fique claro que tanto a intenção quanto a ação para o uso indevido, a doação e
o recebimento do bem público, se configurem somente naquilo que estiver
ordenado na lei.
A
ausência dessas regras e do vigor acima referidos, só tem gerado conflitos,
armados ou não, que retardam a felicidade do homem enquanto Ser Social e ou
Político, ou seja, da sociedade organizada em Estado.
Portanto a esse Ser Social e ou Político,
enquanto representante de uma “coletividade”, cabe manter: a correção moral, a
compostura, a decência, a dignidade, a nobreza, a honradez e o pudor ético que
constituem a essência do decoro, em “qualquer dimensão do tempo e do espaço
sócio-político”.
Delmar Fontoura.
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