quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Gibis & Cuba-Libre

 
Para alguns que tentam justificar "ações", ser “careta” tem lá seus sinônimos onde fica estabelecido que é quem não usa entorpecente ou quem é conservador muito apegado a valores tradicionais de moralidade.

Ora! Se ser “careta” é isso, fui e ainda sou, pois, no espaço e no tempo de minha vida, entre pré-adolescente e adulto, não senti necessidade nem de “fumar” nem de beber e tive o discernimento de adotar o caráter de meu “saudoso e querido Pai” e o mais próximo que cheguei da droga foi, inconscientemente, tomando Coca-Cola (coca).

Mas, em razão do meu destino, como órfão de mãe aos nove anos, tive no caminho uma madrasta bruxa, que, não sendo uma Maga Patológica nem uma Madame Mim, contrariada — não cabe aqui o porquê — fez com que meu pai queimasse, diante de minha tentativa de apagar com lágrimas, um acervo de, aproximadamente, duzentos exemplares de Histórias em Quadrinho.

De origem humilde, sofri!... ...sem perspectiva de refazer a coleção... ...Mas em lugar da revolta, dediquei-me às matinês de domingo no antigo Cinema Castelo, na Rua da Azenha, em Porto Alegre... ...para, ilustrando meus sonhos, assistir as aventuras de meus principais heróis após tê-los lido nas centenas de páginas da minha coleção de Gibis, já em cinzas ao vento daqueles tempos... ...Passei então a gostar de cinema, que foi e ainda é minha Cuba-Libre, um dos meus antônimos ou para alguns sinônimos   de careta!...
 
Delmar Fontoura.
 


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